Santo Agostinho, o filósofo da Igreja
Católica, primeiramente maniqueísta e depois cristão, nascido Aurélio Agostinho (em latim:
Aurelius Augustinus), natural de
Hipona, conhecido como Santo
Agostinho (Tagaste,
13 de novembro
de 354 - Hipona (Argélia), 28 de agosto
de 430), foi um bispo, escritor,
teólogo,
filósofo
é um Padre latino,
também Doutor da Igreja Católica. Na morte de sua mãe, quando de volta à sua terra natal doou todo seu
patrimônio aos pobres. É de sua autoria o pensamento:
“pela Justiça entregamos a cada um o que é seu; pela caridade damos aos outros o
que é nosso”. Todavia, Santo Agostinho não se referia à caridade na concepção
que se tem hoje o neoliberal capitalismo. O mesmo se referia à caridade como
uma filosofia social para que o mundo fosse melhor e mais distributivo, ou
seja, repartir maior e melhor as necessidades básicas de uma população, isto é,
o acesso ao alimento, à assistência médica de qualidade, a habitação digna
etc., mas principalmente ao maior “poder aquisitivo” mediante bons empregos e
patrões solidários e bondosos com seus servos para que o Estado não tivesse que
fazer tudo. A cultura da esmola e do óbulo é o predomínio neste modelo para
justificar que a “liberdade total é melhor do que a pobreza, mesmo que eternizada”.
(Veronesi,I.)
sábado, 14 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
O ANGLICISMO NOS DIÁLOGOS DIÁRIOS
É uma tragédia para os países em
desenvolvimento, em especial nas conversações e uso diário do idioma. Se não,
vejamos. A camada da população sob o analfabetismo absoluto e funcional sofre
demais com as frases usadas nos letreiros e cartazes e nas citações diárias de
repórteres e apresentadores de Televisão no país. Ou melhor, sofrem aqueles que
se interessam em saber o significado das palavras em inglês. Vocês sabem que
“eu tenho approach” como diz o Zeca Pagodinho em excelente música que ironiza
sutilmente o anglicismo na nossa língua pátria. É uma gama imensa de frases
anglicizada, como, p.ex., “tudo com 50% off” ou em palestras que assisti o
palestrante dizia “vou apresentar a vocês “três cases” para analisarmos e por
aí afora. Todavia, o que mais considero grave é a importação de equipamentos
sofisticados, em especial da área de informática, que vem com seus aplicativos
e programas em inglês e quando não com um português de 5ª categoria. Acho até
que são pessoas de outras nacionalidades contratados para fazer algumas
traduções para o mal português falado no Brasil. Na minha exclusiva opinião
acho que todos os produtos importados, sejam comestíveis, equipamentos de
informática ou não, devem vir com instruções, esclarecimentos e aplicativos em
português de boa qualidade, já que estamos pagando (e muito) pelos produtos
importados ou fabricados no Brasil sob licença. Vamos ter um pouco de brio ao
valorizar nosso idioma pátrio, já que nossa economia está toda tomada por
multinacionais. (Veronesi, I.)
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
ONDE ESTÁ A EFICIÊNCIA E A EFICÁCIA DA INICIATIVA PRIVADA NO BRASIL?
Eu sempre bati de frente contra as privatizações
tupiniquins quando contestava os que diziam que o Serviço Público de há muito é
inoperante e ineficaz, por isso tudo tinha que ser privatizado. Conquanto,
aquilo que recomendo ser privatizado com cautela e alta seleção de qualidade,
como as atividades estratégicas e os recursos naturais exauríveis, já que
sabendo eu do comportamento predador do modelo capitalista, quando este poderá
comprometer a soberania, a estabilidade e segurança politico/econômica da Nação, o
resto não via nenhum óbice. Sempre defendi também, dando exemplos, que em países cujos
habitantes são dotados de boa formação moral e educacionais todos os serviços
são de boa qualidade, sejam privados ou públicos. A matriz de mobilidade dando
preferência pelos transportes hidro/ferroviários sempre foram adredemente
alijados no Brasil por todos os governantes desde o Império, quando os países
evoluidos fazem tudo para aproveitá-los. Simples, já que tudo que reduz custos
e traz solução definitiva em mobilidade como as ferrovias e hidrovias, lá está o “lobby” das empresas de
ônibus e caminhões e carretas de cargas pesadas, das montadoras e das grandes empreiteiras de rodovias fazendo pressão junto aos
Legislativos para não aprovar. Vocês já pensaram como seria o transporte de
cargas na periferia de Curitiba com grandes armazens acoplados ao modal
ferroviários e locomotivas elétricas de altíssima tecnologia e bitola larga até
Paranaguá e ao Porto nas mesmas condições? Claro que isso seria possível há 50
anos ou mesmo na contemporaneidade. Na época diziam: ah! Não; vamos privatizar
toda Rede Ferroviária Federal que será a melhor solução! A ALL (América Latina
Logística) levou tudo, não investiu e nem modernizou nada, muito pelo contrário
o que se vê são leitos ferroviários e trens sacateados a ponto de ocorrer graves
acidentes como o de ontem(1). A mesma situação encontra-se em todas as
rodovias do país, muitas das quais estreitas; com asfalto de má qualidade; não
conservadas, inúmeras com buracos inimagináveis que somadas às
irresponsabilidades dos condutores, temos acidentes apavorantes. Se tivéssemos
no Estado linhas férreas duplas e modernas e trens elétricos de última geração
para cargas e passageiros em pontos cardeais e colaterais, certamente teríamos
menos veículos nas estradas, em especial caminhões e carretas e com isso menos
acidentes; menos mortes e inválidos; os gastos do Estado com hospitais e benefícios
com ivalidez permentes seriam menores e as famílias sofreriam menos com as
perdas de seus entes queridos. Vocês acham isso possível? Claro que não! Pois o
interesse econômico neste modelo sobrepõem-se ao social, ficando o homem em
plano secundário. Impossível, também não é, todavia precisaríamos de um governo forte, descompromissado com grupos econômicos internos e externos; ascendência sobre a mídia e prestígio junto ao povo; com planejamento e metas decenais e vintenárias factíveis. O resto saem no decorrer de uma administração competente.
(1) Ver em:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1428127&tit=&tit=SP-vitimas-de-descarrilamento-de trem-participavam-de-festa
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
A TRAÍÇÃO A SEUS CORRELIGIONÁRIOS...
Os
declarados votos de amizades entre países neoliberal capitalistas não passam de
dissimulações longevas, pois seus interesses expansionistas são idênticos, não
havendo lugar para dois ou mais concorrentes fortes. Graças a Edward Snowden, um jovem espião norte-americano, hoje nós
sabemos por que grandes organizações europeias não conseguiam concorrer com os
USA em grandes empreitadas, como no caso do Projeto SIVAM no Brasil, não só
porque os mesmos dispunham de informações privilegiadas via espionagens
cibernéticas, como também o governo FHC, além de não fazer a licitação legal,
que o caso exigia, o mesmo tinha contatos diretos com o Presidente dos USA da
época Bil Clynton que comandou o tráfego de influência (1). Agora, a Primeira
Ministra da Alemanha Ângela Merkel “ficou estupefata” ao saber que seu Celular
estava “grampeado” pelos norte-americanos, declarando: “Amigo não pode espionar
amigo”. Das duas, uma das premissas é correta! A Primeira Ministra Merkel “é
bobinha” ou eu sou “bobo”, já que tudo é um “teatro para imbecís globais
assistirem". (Veronesi,I.)
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
SAUDADES DE MEUS VELHOS ARTIGOS...
O resultado global
da gestão de um país ao longo de décadas é consequência direta da mentalidade dos
membros do Poder e da diretriz política que interessa a todas as forças
predominantes internas e externas a que os mesmos estão comprometidos. Os
países chamados emergentes numa linguagem dissimulada para os leigos, na
verdade subdesenvolvidos, há muito precisam de uma liderança legítima que os
levem a retomada do crescimento sustentado, mais dependente de suas
potencialidades internas, do que propriamente de aportes (empréstimos e
investimentos) externos. Estimular, fazer crescer, garantir a poupança interna,
fornecer serviços básicos de boa qualidade, como saúde e habitação etc., bem
como aumentar os investimentos na educação, na ciência e tecnologia a médio e
longo prazo, são condições “sine qua non” para qualquer país sair de sua marca
de eterno dependente. Submeter tais países à condição perene de presos a
empréstimos e a dependência científica e tecnológica é o que o sistema
econômico-financeiro internacional mais quer e precisa.
Sabemos que há
décadas e até séculos muitos destes países são “socorridos” financeiramente
pelos grandes grupos financeiros internacionais, sem que, efetivamente, esta
dependência tenha perspectiva de regredir. Muito pelo contrário, a dependência
financeira e tecnológica tende a ficar cada vez mais acentuada, como comprova a
profunda desnacionalização e a secular dívida brasileira das últimas décadas.
Esta submissão adredemente preparada levou a Argentina que há poucas décadas
era o melhor país da América do Sul à quebra total, arruinou o México, mantém a
Venezuela (5º maior produtor de petróleo) em constantes crises e a Rússia, após
a pressão para a mudança de modelo, se não se cuidar, será a próxima vítima da
sanha do capital internacional.
Todavia, é isso que
interessa à hegemonia financeira internacional, pois quanto maior a
dependência, maior a submissão destes países à política dos grandes banqueiros.
Na verdade a principal finalidade do FMI é fornecer aos consorciados banqueiros
internacionais estudos precisos e seguros destes países para seus aportes
financeiros. É assim que estes “organismos” controlam os destinos e mantêm-se
imunes à vulnerabilidade dos países fracos, o que em última análise é também do
interesse das nações imperialistas. Se hoje um país (pequeno) atrasado
desaparecer, em muito pouco abalará o bloco dos poderosos! Porque o FMI então
não vem ensinar a estes países como fazer rapidamente uma poupança interna, dar
aulas de aumento da produtividade, implantar um eficaz “sistema tributário”,
fortalecer a cultura e a educação do povo, conseguir a independência econômica,
o avanço tecnológico, maior distribuição de renda e melhor qualidade de vida?
Quando “sobem os riscos” destes países, as “bolsas de valores” caem e a “taxa
de câmbio” sobe. Mas, só os ingênuos não sabem que isto é manipulado e
especulativo! Não havendo reservas no país nem “superávit primário” para
acalmar a “turbulência”, resta-lhes buscar mais empréstimos ao FMI e aos
banqueiros internacionais. Vocês nunca perceberam que a cada década sai uma
reforma monetária e com ela uma maxidesvalorização da moeda nacional frente ao
dólar para reparar os “prejuízos” dos banqueiros que detém grandes créditos em
moeda norte-americana? E quem paga toda essa conta é a classe média do povo
brasileiro que empobrece ainda mais. A especulação monetária por grupos
externos continua a mesma desde a “ciranda financeira” dos tempos do Governo
Sarney. Todas as perspectivas de ganhos “em curto prazo” no país são
previamente detectadas para benefícios dos grandes aplicadores. Pequenos
aplicadores vão para “poupança” que o lugar dos “neobobos” como adjetivou o
“sábio sociólogo” FHC. No dizer do iminente Jornalista Carlos Chagas é o
chamado capital “capital gigolô”, isto é, vem, não tem sentimento por ninguém, explora,
suga, não produz um prego, não faz favor a ninguém, vai embora logo em seguida
sem dizer nem “muito obrigado”.
Já é passada a hora
dos países subjugados (paupérrimos) darem “um basta”, pois quanto mais tarde
maior será a consequência das péssimas condições socioeconômica que advirão. O
“Clube dos Excluídos” precisa urgentemente impor uma maior melhor distribuição
da riqueza acumulada pelo PB (Produto Bruto) mundial, do qual os dependentes
são os maiores contribuintes.
O Brasil, por
exemplo, desde os tempos imperiais tem sido comandado por dirigentes neoliberais
e monetaristas, bem afinados e ao gosto dos grupos financeiros internacionais.
Quem não conhece, por exemplo, os primeiros empréstimos do Brasil em “libras
esterlinas” com a Inglaterra e a sua dependência em face da interminada
ferrovia “São Paulo Railways” com início no século dezoito, cujos
“mantenedores” ingleses foram expulsos em 1.930 pelo governo de Getúlio Vargas?
O contrato da ferrovia, por exemplo, previa que a 15 quilômetros de suas
margens pudesse a “Coroa Inglesa” extrair todas as riquezas minerais e vegetais
de nosso solo. Isto explica porque os móveis e peças raras presentes nos
palácios e mansões europeias e americanas são de madeiras e metais nobres dos
países tropicais. Fácil não!!!?
As ações dos
executivos de nossa economia tem sido elaboradas em gabinetes e não vão além de
mecanismos financeiros baixados por Medidas Provisórias. Para tentar
neutralizar as influências externas (especulação) em canal aberto e filhas
legítimas desta “globalização”, a equipe econômica por vezes fica realmente
acuada, mas não tanto preocupada, vez que o futuro dela (equipe), dos filhos e
até de seus netos, já está assegurado aqui ou fora do país.
É bom que os
“experts úteis” de nossa economia percebam que os países fracos em constantes
crises é que levam uma economia regional ao perigo, como é o caso da Argentina
em relação ao Brasil e a outros países de intercâmbio regionalizado e
interdependente na América Latina.
Os exemplos mais
comuns estão aí para quem tiver “olhos de ver”, como a eterna crise da Venezuela,
Colômbia, do México e, episodicamente, do nosso país vizinho. Lamentavelmente,
quem sabe um dia, na bola da vez, o Brasil!
A Rússia, por exemplo, país temido no passado
próximo pelo seu poderio bélico, de grande extensão territorial; imensas potencialidades
naturais, como petróleo (grande reserva mundial), minérios, madeira etc.,
submeteu-se à pressão das potências capitalistas para desestatização imediata,
conversão para o neoliberalismo econômico, anuência ao engodo da globalização e
mergulhou na mais profunda e irreversível crise econômico-social com a miséria
e a fome campeando em todos os lares; a corrupção e a prostituição generalizada
como forma extrema e imoral de sobrevivência.
O México este
quintal do “tio sam”, (como o foi Cuba), apêndice infeliz que desde o século
XVII (após a compra da Louisiana da França), foi esbulhada pelos “ianques” em
sua extensão territorial de grandes reservas minerais e petrolíferas, região
que corresponde hoje ao Texas e ao Arizona. Sem nunca ter podido discutir uma indenização decente
num Tribunal Internacional. O México, desde sua independência continua
mergulhado em sérios problemas socioeconômicos e perene dependência. Como
podemos justificar que um país justaposto a uma grande potência não possa
receber, pelo menos por reflexo, as benesses de pujante economia (hoje não
tanto), de seus recursos financeiros, avanço social e alta tecnologia? Porque
será que os EE.UU. sempre fizeram questão de isolar a ilha cubana? Será que era
pelo seu “tamanho perigo” ou porque não queria que a verdadeira soberania das
nações menores triunfasse? Apenas um pequeno exemplo: cuba é grande produtor de
açúcar; todavia os USA não compravam a sua produção e não deixavam que as
outras potências o fizessem. Que exemplo aquele país pode dar de democracia e
respeito à soberania dos povos? O mundo todo sabe que aquele país do norte não
tem moral para ditar princípios de liberdade e democracia, primeiro porque o
fazem só para seu povo, segundo porque só falam nestes princípios quando não entra
em jogo o interesse econômico, em especial o petróleo. Se ele, os USA, é um
país “bonzinho” porque até hoje não fez um “Plano Marshall” para a África
flagelada? Mas quando o flagelo como o da Louisiana o atinge aí constatam o
quanto dói “cortar na própria carne”!
A Argentina, este
pobre país vizinho que num passado recente orgulhava-se de sua condição na
América Latina; povo alfabetizado, com “ares europeus” e orgulho de sua pátria,
hoje completamente subjugada, a ela só restam o desânimo, a falta de identidade
e a longínqua perspectiva de recuperação. Lembro-me quando criança de sua moeda
forte e que desfrutava de bom lastro de reserva monetária em ouro, além de
possuir dentre os países do continente, autossuficiência de petróleo, melhor
sistema ferroviário da América do Sul e ainda escolas de nível primário,
secundário e superior em todos os cantos o que contribuíra para ter um povo
letrado em grande parte, culto e politicamente esclarecido. Hoje completamente
em farrapos não sabe o que fazer e a quem recorrer. Quando nem sonhávamos com a existência de
metrô (trem subterrâneo) a Argentina já o possuía há mais de 50 anos. Tudo isso
ruiu a partir do ex-presidente Arturo Frondizi e a economia argentina
totalmente dependente e endividada vive atrelada às incertezas da economia
mundial, adredemente preparada para estes fins. É uma grande farsa de quem
afirma que a economia Argentina arruinou só porque o peso estava super
valorizado. Lamentavelmente, a Argentina por pressão de grupos bem conhecidos,
foi obrigada a desvalorizar sua moeda nos moldes que se deu no Brasil. Quando a
moeda nacional se desvaloriza de forma brutal, os ativos financeiros
mobiliários viram pó e os imobiliários ficam a preço de bananas. É claro que a
corrupção e os desmandos filhos deste modelo ajudaram, mas os desvios maiores
não estão neste contexto. É aí que entra
a manobra dos especuladores para abocanhar todo ativo que ainda presta no país.
Os jornais, na época, publicaram que o “corralito” gerou mais de U$ 10 bilhões
nas mãos dos “novos ricos”. E agora como diziam em muitos países sul-americanos
nivelados pela mesma causa, quem
tem dólares
vai comprar toda a Argentina. A história se repete! Quando isto acontece, volta
o FMI e banqueiros internacionais para (“ajudar”) emprestar dinheiro sob
monitoramento impondo controle rígido do meio circulante, reduzindo crédito,
aumentado os juros internos e aplicando o arrocho salarial e como consequência,
a fome, o atraso e a miséria. Na mesma oportunidade os capitais externos
adquirem a maioria dos ativos mobiliários e imobiliários que interessa e, em
prazo relâmpago, desnacionalizam todo o parque industrial. E a soberania, ora,
soberania! Isto é figura de retórica para alimentar
o ego dos inocentes (úteis) patriotas que ficam no país aguentando o caos social
reinante.
Há não muito tempo,
por exemplo, explodiu mais uma séria crise na republiqueta venezuelana que
apesar de receber um enorme fluxo de dólares pela exportação de petróleo (5º
produtor do mundo), os mesmos são manipulados por poucos grupos empresariais
ligados ao grande capital norte-americano. Em suma o Coronel Chavez conquanto
estivesse bem intencionado, não consegue conciliar a intransponível sanha da
direita corrupta (e paga por agentes externos) que tentou derrubá-lo e os sérios
problemas sociais (pobreza, distribuição de renda, analfabetismo, subnutrição,
narcotráfico, prostituição, doenças transmissíveis etc...etc...) que assolam o
país. O populista, como o adjetiva a direita mal intencionada, foi alvo de uma
tentativa de golpe, porém já voltara ao Poder sob “condições internacionais”.
Quem será que impôs estas condições, difícil saber, não?!!! Ficaram os mesmos
no comando da “choldra”; que tristeza! Tanto que os militares (patriotas?) que
apoiaram o golpe foram inocentados pela “justiça” venezuelana. Será que a
aquele país vai encontrar o seu caminho? Claro que não, pois este não é o
interesse do grande capital internacional. Se aquele país mandasse em seu
próprio destino, com o “rio” de petrodólares que “lá entra e sai” seria a mais justa e desenvolvida nação da
América Latina.
Esta é uma das
principais razões porque vemos grandes contingentes de jovens de todas as
camadas tentando migrar e entrar no país do norte de forma “clandestina e
ilegal”. Mas os EE.UU. não é a maior democracia do mundo, porque então não
aceitam nossos saudáveis jovens! Tristemente, à época da “crise”, assistimos a
fuga para o Brasil de muitos cidadãos do país vizinho de boa formação
intelectual, num gesto extremo de literal abandono de sua pátria querida. É a
voracidade dos infelizes mentores da globalização que só conhece uma via, a do
egoísmo e da usura, por isto vampirizam as economias mais fracas.
Está na hora dos
“exauridos” se rebelarem e “virarem a mesa”, pois a submissão já chegou ao
limite do insuportável! Um articulista econômico brasileiro conhecido
referindo-se a Argentina, provavelmente delirando, em comentário da época,
afirmou que isto era bom para o nosso país. Vociferou aquele infeliz ignóbil
com folguedo porque não viu ainda a desgraça entrar pela porta de sua
casa!
E o Brasil, continua este gigante “ainda
adormecido”, sem poupança e estruturalmente fraco, vez que sua economia só é
baseada em empréstimos e investimentos privados internos e externos, em grande
parte hoje atraídos por incentivos fiscais suspeitos e ilegais, hoje
“proibidos” pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Quanto às “dívidas”, não é bom
nem falar! Segundo a jornalista da Gazeta Mercantil, Maria Clara R.M. do Prado,
a dívida interna em maio daquele ano com as instituições financeiras em geral
(fora os fundos de investimento) participava com 37,5% no estoque em poder do
público de R$ 601,3 (bilhões de reais). A externa já batia na casa dos 180
bilhões de dólares, também impagável segundo os “experts” em economia
ocidental. Segundo fonte do BC 39% da dívida pública (incluindo a dívida
externa) e a parcela da dívida mobiliária interna vinculada ao dólar, está exposta a variação cambial. Esta situação
absurda sustenta nababescamente milhares de “corretores” de “títulos e valores
mobiliários” e outros tantos profissionais em atividade nos Bancos e
Financeiras, nacionais e internacionais. E hoje nada mudou! Sabemos que as graves crises internas, o
preço do petróleo e escândalos com grandes empresas norte-americanas estão
trazendo a desvalorização do dólar frente às moedas fortes, especialmente ao
Euro, mas nunca em relação à moeda de países subdesenvolvidos, como no caso dos
latino-americanos. Tudo isto, aliado a juros mais alto do mundo mantido pelo BC
de 19,5% é que traz as incertezas de nossa economia e a alternância no Poder,
ora da oposição e ora contra, como alegam os grandes “experts” econômicos
internacionais. Ninguém desconhece que estas dívidas (interna e externa) são
altamente onerosas e que levam uma grande parte de nossa riqueza (remessa para
fora), além do lucro da empresas multinacionais, que poderia ser reinvestida na
recuperação do meio ambiente, no aumento da qualidade de vida, no combate ao
analfabetismo e à nossa pobreza crônica.
Porque então que aos
nossos governantes também não interessa um modelo tributário abrangente e justo
para o país? Porque é mais fácil sair arrancando recursos da sociedade com a
“farra” confiscatória. Tudo o que eu coloco sobre este modelo, confirma-se mais
uma vez com a MP 66 visando à “minirreforma tributária”. Além da tabela do IR
há anos congelada agora com apenas 17,5% de reajuste, no apagar das luzes de
2.001, o governo conseguiu empurrar
“goela abaixo” ao Congresso a Emenda Constitucional nº 33 de 11 de dezembro de
2.001 (altera o art. 155, §§ 2º, X, a, e 3º; Acrescenta os §§ 1º a 4º ao art.
149; alíneas “h” e “i” ao inciso XII do § 2º do art. 155; §§ 4º e 5º ao art.
155 e § 4º ao art. 177). Com esta malsinada EC, orquestrada pelos políticos
(governo e aliados) no Congresso juntamente com os “garotos” das finanças da
União, possibilitou aos Estados pudessem aumentar as alíquotas do ICMS e ainda
de quebra “amarrassem uma legalidade” aos que concederam renúncia, incentivos e
“outros benefícios” ao arrepio da LRF (LC 101/2000). Assim, o governo do Paraná
já aproveitou a carona, pois além de “ter resolvido” o famoso “diferimento do
ICMS” as montadoras daqui, baixou também a lei nº 13.410 (DOE de 26/12/2001)
para arrecadar mais. Com isto, a alíquota geral de 17% foi para 18%; a gasolina
e o álcool combustível de 25% foi 26%; a energia elétrica (exceto a rural) e
serviços de comunicação de 25% para 27% e para amenizar o “saco de maldade”,
(argumento ingênuo!?) as bebidas alcóolicas e fumos foram de 25% para 27%, pois
estes prejudicam a saúde do população!!!. Não preciso frisar que o aumento do
ICMS nos combustíveis, na energia elétrica e na comunicação, disparou os preços
da época, pois todos estes custos tributários foram repassados aos
contribuintes. Concluímos assim, os empresários resolvem seus problemas de
custo/lucro repassando aos preços; os banqueiros e financistas, com o aumento
dos juros e tarifas; o Estado brasileiro, com seu problema de orçamento cria
novos ou aumenta os impostos já existentes e mais encargos; e o que sobra ao
trabalhador, se este já está há quase uma década sem reposição compatível com
inflação? Claro, apenas a brutal queda de seu poder aquisitivo, ou seja, o
empobrecimento!
Sob a alegação de
que o país não tem poupança para investimentos internos, os dirigentes da nossa
economia o endivida cada vez mais e se submete às exigências do FMI e
Banqueiros. Temos hoje mais de 50 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza
(renda de US$ 30/mês) e uma das piores distribuição de renda do mundo. No
mínimo 50% destas pessoas serão fortes candidatas a marginais e/ou talvez
bandidos (revoltados) de todas as espécies. Todavia, os monetaristas
neoliberais se ufanam dizendo que nosso país é a 14ª (décima primeira) potência
econômica mundial. Como pode? Claro que pode, pois a totalidade dos ativos
econômicos e financeiros está concentrada em poder de 10% dos mais ricos! Por
isto, renda “per capita” nunca serviu para medir qualidade de vida de um
povo! Quem conhece um mínimo de sociologia
sabe que a ausência de um efetivo e permanente projeto do governo visando o
desenvolvimento socioeconômico das comunidades do interior do país levou
milhões de brasileiros, a maioria desqualificada, migrarem para as grandes
áreas metropolitanas, nas quais vieram trazer inúmeros e insanáveis problemas
sociais. Com a crescente desnacionalização de nosso parque empresarial, sob
alegação de maior competitividade, os governantes inconsequentes vão
escancarando a economia às manobras dos grupos externos, levando o país a
perder de vez sua autossuficiência. No entanto, o governo do Sr. FHC disse que
a privatização em massa no país seria para salda em grande parte a dívida
externa. Esta, pelo contrário, só se elevou rapidamente e onde fui parar a
vultosa soma das privatizações.
O desgoverno anterior
que esteve oito anos no poder, por interesses espúrios e inconfessáveis não
levou quis encetar as reformas estruturais imprescindíveis (política,
tributária, administrativa, urbana e agrária etc.) sob um “jogo escuso”. Foi
mais cômodo continuar obtendo mais recursos via aumento de impostos,
sacrificando mais os fracos, do que bater de frente com os poderosos, certo? E
o “apagão” aquela vergonha nacional de então, fruto da incompetência e da falta
de planejamento de um grande projeto energético integrado para o país, resultou
na cobrança de uma “excrescência”, legalizada pelo STF, imoralmente conhecido
como “encargo de capacidade emergencial”. O que é isso meu Deus!!. Perderam a
vergonha e o pudor para enfiar a mão no bolso do cidadão brasileiro! E ainda
querem voltar ao Poder. Quando aquele primeiro mandatário recebia elogios lá
fora sobre o equilíbrio primário do orçamento, nós sabíamos que era com amargo
sacrifício social. Era o famoso “pomada”; só servia para uso externo! A
corrupção alastrou-se assustadoramente na Administração Pública, pois víamos no
dia-a-dia os escândalos estourarem em todas as áreas, sob a leniência das
autoridades, a maioria deles abafados, inclusive em Estados brasileiros que até
hoje não foram auditados. Onde estão os grandes fraudadores dos bancos extintos
e grandes empresas estatais privatizadas? Há muito estamos sendo invadidos por
contrabando de produtos “piratas” (CDs, eletrônicos, medicamentos, drogas,
etc.etc..), lamentavelmente comercializados por brasileiros necessitados, de
vida incerta e sem garantia social que já se tornou um problema insolúvel. A
corrupção, que provoca grandes desvios de recursos caminha a passos largos aos
olhos atônitos da população! Quando adjetivei o título desta matéria com o
vocábulo “equivoco”, claro que fui tolerante com seus responsáveis, pois o
correto é “dolo” uma vez que não conheço um só dirigente da economia de um país
que não saiba o que está fazendo!
Louvando-se nos maus
exemplos dos nossos dirigentes públicos, a sociedade como um todo e os cidadãos
em particular, passam a não ter compromisso com a moral, com a verdade e os
bons costumes. Nossos valores se deterioram celeremente, o que provoca a falta
de identidade e o desânimo de cada cidadão. “De tanto ver crescerem as
injustiças; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus e de
triunfarem as nulidades, o homem chega a desanimar-se da verdade, a rir-se da
honra e ter vergonha de ser honesto – Rui Barbosa (começo do século)”. E ainda
cogitou-se do principal homem da economia do governo passado ser lançado
candidato a Presidência da República. Imaginem! Que Deus me poupe de ter que
presenciar a hecatombe definitiva dos terceiros, quartos e quintos mundistas!
* Ivan
Veronesi é um articulista que ainda ama
sua querida Pátria
terça-feira, 15 de outubro de 2013
O PROFESSOR – ESSE ABANDONADO!
A ausência de
valorização ao professor brasileiro e de uma boa infraestrutura do ensino não é
por acaso. Tudo isso, é adredemente preparado para que com um ensino de baixa
qualidade nossa população continuará no “analfabetismo funcional” e com isso
pode ser manipulada pelos políticos mal-intencionados. Você conhece os governantes
de um país quando seus professores são preteridos, maltratados, não valorizados
e com a ausência total de um imprescindível e eficaz Plano de Carreiras. Segundo
notícias irrefutáveis um professor de ensino médio no Paraná ganha na carreira
inicial apenas R$ 1.044,94[1] para 20 horas semanais, quando
uma diarista chega a R$ 1.704,00. Além disso, um professor para ingressar no
quadro do magistério paranaense precisa além de curso superior em Licenciatura
(plena ou curta), submeter-se a rigoroso concurso público e ainda para promoções mais a pós-graduação. Todavia, na mídia com dinheiro do contribuinte paranaense uma famosa atriz global, o "governo" tenta melhorar
esta imagem dizendo que em dois anos foram nomeados 17.000 (dezessete) mil
professores, não dizendo, porém, qual é seu Salário Inicial atualmente! Em cima de um salário irrisório mesmo com 50% (cinquenta) por cento de aumento vai representar muito pouco, assim levando décadas para se ter um "poder aquisitivo" sofrível. Além disso, nem com o "piso nacional" os professores paranaenses ainda não foram contemplados. Ora, o fundamental
em matéria de uma boa administração governamental não é quantidade e a qualidade da estrutura material, mas sim o “reconhecimento transformado em recompensa financeira” do elemento humano que vai comandar a área do ensino do Estado. Mesmo assim,
parabenizo o quadro dos nossos valorosos professores, do qual um dia eu fiz
parte, que trabalham por remuneração vil, na esperança de um dia ser comandado
por um Estadista de visão da verdadeira ciência política em favor dos
governados e não “politiqueiros mentores da politicalha” centenária neste país.
(Veronesi I.)
[1] Ver em http://www.esmaelmorais.com.br/2013/03/no-parana-salario-de-professor-e-menor-que-o-de-diarista/
domingo, 22 de setembro de 2013
A POBREZA DAS NAÇÕES PERIFÉRICAS...
* Ivan Veronesi é um
simples pensador. Mas, para os que avaliam as pessoas só pelos títulos
acadêmicos, o mesmo é Bacharel em Administração Pública; Sociologia e Política;
Contabilista, Perito e Calculista; Tributarista; Licenciado e Professor
para o Magistério médio e superior; Auditor Fiscal de Tributos aposentado e
pós-graduado em Administração Pública.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
DEUS NOS LIVRE DA PRIVATARIA TUPINIQUIM!
No
Caderno Economia, pág. 18 de hoje (29-08-2013) da Gazeta do Povo vemos uma
pagina inteira sobre a devolução pelo Governo do Estado de poder ao Grupo
Dominó (privado), mediante acordo, já que o caso estava sub-júdice há mais de
10 anos, isto é, desde 2003 ainda no Governo de Roberto Requião. Sou
radicalmente contrário a qualquer privatização de recursos naturais e/ou
estratégico para o povo/Nação em face do custo/benefício e do interesse que
gira em torno do negócio. O assunto da reportagem da Gazeta do Povo se trata da
Sanepar, ou seja, a única e maior empresa de tratamento de águas do Paraná e
talvez uma das maiores do país (1).[1]
Companhia de Saneamento do Paraná
Companhia de Saneamento do Paraná
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Caixa-d'água da Sanepar, no município de Pinhais (Grande
Curitiba).
O governador do estado Ney Amintas de Barros Braga sancionou a Lei
nº4.684. do dia 23 de janeiro de 1963 autorizando o poder executivo a constituir uma sociedade
por ações com a denominação social de Companhia
de Água e Esgotos do Paraná (AGEPAR)
para promover o saneamento básico do Estado. Em 19 de junho de 1964, a lei n° 48.878
alterou o nome da Companhia de Água e Esgotos para Companhia de Saneamento do
Paraná. A Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar - se aproxima do
cinquentenário como uma das maiores e mais eficientes do setor de saneamento do
País, pronta para ampliar sua participação de mercado e a qualidade de seus
serviços. A companhia atende 346 dos 399 municípios do Paraná e 289 distritos
ou localidades de menor porte no estado, além de Porto União em Santa Catarina.
Nas regiões em que atua, a empresa atende com água tratada 9,5 milhões de
pessoas e, com sistema de esgotamento sanitário, 6 milhões de pessoas. Até
2014, a empresa prevê investir cerca de R$ 2 bilhões em todo o Estado. A
Sanepar presta serviços de fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de
esgoto sanitário e gerenciamento de resíduos sólidos. A empresa é referência no
setor, por aliar eficiência operacional e resultados econômicos a uma sólida
política socioambiental. A cobertura da rede de água tratada da Sanepar chega a
100% da área urbana dos 346 municípios e 289 distritos onde está presente. A
cobertura com rede de esgoto alcançou 63,2% da área urbana dessas localidades.
A empresa está sediada em Curitiba (PR), tem 176 Estações de Tratamento de Água
(ETA) e 225 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) estabelecidas em todo o
Estado. Conta com 6.637 empregados. A busca da qualidade contínua é uma das
principais características da Sanepar. Laboratórios da empresa analisam 1,35 milhão
de parâmetros a cada ano, com base na portaria 518 do Ministério da Saúde. Em
2011 foram investidos R$ 44 milhões em testes de qualidade, o que fez com que a
Sanepar alcançasse um índice de 100% de conformidade às exigências da portaria.
Ações da Sanepar estão entre as mais valorizadas de
2011. O trabalho da Sanepar em
2011 teve o reconhecimento e a confiança da sociedade e dos investidores. As
ações preferenciais da companhia tiveram uma valorização de 58,6% em 2011. Foi
a 15ª maior alta entre as empresas brasileiras durante o ano e a maior entre as
companhias paranaenses com ações na bolsa. Em dezembro do ano passado, a ação
preferencial nominativa (PN) da empresa, SAPR4, alcançou R$ 4,63, bem acima dos
R$ 2,92 de dezembro de 2010. O desempenho das ações fica ainda mais positivo
quando comparado com outros indicadores da economia. Em 2011, o Ibovespa caiu
18%, a inflação subiu 6,5%, o dólar teve valorização de 12,3% e a taxa Selic
(taxa referencial de juros) encerrou o ano com variação de 11,6%.
Ora, sabemos que a água é a
natureza que nos fornece, assim como o petróleo, os minerais diversos que jazem
no solo ou no subsolo e por ser um bem doado pelo criador a todos deve
pertencer. Grupos privados não devem e não podem ter acesso a esse tipo de atividade,
já que os mesmos visam em primeiro lugar o lucro, renda e mais valia, regras
incompatíveis com o direito de todas as classes sociais. Além de ser empresa
cobiçada por grupos privados, em face do monopólio, os lucros desta, mesmo que
capitalizados, vão onerar as tarifas do consumidor. Se este tipo de empresa é
constituida como empresa pública ou autarquia seu quadro de servidores poderá
estar sob-regime celetista e prividenciário e o “superavit”, se houver, poderá
ser revertido em benefício do consumidor. A cobiça por empresas estatais
estratégicas rentáveis por grupos privados no Brasil sempre teve o beneplácito
de Governo conservadores que defendem que a iniciativa privada é mais eficiente
e eficaz que a empresa pública, além de não estar tão sujeita a desvios e
desmandos administrativos, com o que discordo frontalmente, já que tanto na
atividade pública quanto na privada quem comanda são pessoas, portanto, todas
sujeitas à improbidade, a corrupção e ao suborno como vemos a miúde em face da
promiscuidade reinante nas relações de negócios de empresários com o Estado.
Além disso, todas as empresas estatais rentáveis e estratégicas, como, por ex.,
as elétricas e as mineradoras (Vale, Alcoa etc.), na gestão FHC foram
privatizadas na “bacia das almas”, isto é, a preços de três a cinco vezes
menores que seu valor de mercado internacional. Aí eu pergunto, porquê teve que
ser assim? Será que teve algum interesse maior por trás disso? Bidu! Isso é
traição à Nação que todos nós construímos!
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O CARINHO DE UMA MÃE FAZ O MUNDO MELHOR!
“O carinho de uma mãe faz o mundo melhor”. Esta é uma das
comoventes propagandas que veicula em “horário nobre” da TV Globo. Também
concordo quando “tal causa” gera efeito positivo e restrito em “algumas camadas
sociais”. Mas, o mundo aberto e dos bandidos e marginais não tiveram mães
carinhosas para afagar as aflições e frustrações dos filhos ainda crianças e
jovens. Quantas delas perambulam pelas ruas, praças e periferia das cidades
brasileiras na busca de sobrevivência e uma palavra de carinho, enquanto suas mães
enfrenta por um salário mínimo um trabalho de oito horas diárias. Por que o
Estado brasileiro não tem capacidade para assistir e transformar a vida de pelo
menos 80 milhões de brasileiros que viveram e vivem em favelas, abandonadas na
periferia e no meio rual? Para não ver milhões de crianças “morrerem à míngua em
carência total por abandono, a Rede Globo em parceria inicialmente com a UNICEF
e posteriormente com a UNESCO criaram o projeto “Criança Esperança”(1). Diz O “site”
do “Criança Esperança” da Rede Globo: “Mais de 30 mil crianças e adolescentes
de todo o Brasil são
beneficiadas em 2013”(2).. Ora, as crianças que foram
beneficiadas agradecem e muito! Mas o que é 30 mil crianças por ano num país
que tem milhões e milhões de crianças e jovens totalmente desassistidos? Será por que é impossível mudarmos esta
realidade ou é por que o modelo econômico e social não permite!
(1)
Criança Esperança é uma campanha de mobilização social brasileira,
de âmbito nacional, que busca a conscientização da população e das autoridades
em prol dos direitos da infância e da adolescência. Promovido pela Rede Globo, inicialmente em
parceria com a UNICEF e atualmente com a UNESCO.
O projeto é uma das mais bem-sucedidas marcas relacionadas a programas sociais
dirigidos às crianças carentes em todoo mundo: vem em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crian%C3%A7a_Esperan%C3%A7a
(2)
Ver em: http://redeglobo.globo.com/criancaesperanca/
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
TRIBUTOS: O LADO ESCURO E CAUSAS DAS FRAUDES E EVASÔES
Qualquer organização precisa de recursos de
forma cada vez mais crescente proporcional às necessidades de sua demanda. Se
for uma organização privada, a necessidade de crescer dispara a demanda por
custos, ou seja, de pessoal, materiais e insumos, encargos financeiros e
tributários e gastos gerais, cujas atividades exigem um planejamento
estratégico operacional para a sintonia entre a receita, custos totais e lucro.
Não arrecadar receitas sonegadas em sintonia com a potencialidade dos Estados e municípios é tão ou mais grave do que os desvios de recursos financeiros já ingressados. No segundo caso se identifica com razoável facilidade os responsáveis pelos crimes; no segundo, os responsáveis estão disseminados por todo território nacional e aumentam de forma assustadora, já que o Estado não tem interesse e é impotente para combatê-los.
Com isso, os recursos que deveriam ingressar aos cofres do Estado para fazer frente às obras e serviços, mesmo os essenciais, são desviados de formas anônimas para campanhas eleitorais, enriquecimento ilícito, lavagens de dinheiro, remessas para paraísos fiscais, criação de grandes ONGs e OCIPS[1], etc., causando “perdas extraordinárias”[2] ao Erário da Nação brasileira. E os setores especializados do governo brasileiro sabem disso? Claro que sabem! Tanto que um dos maiores entrave será mesmo uma Reforma Tributária profunda e séria. No caso dos Serviços Públicos, o Estado precisa de recursos cada vez mais crescentes para atender aos custos de saúde, educação, habitação, transportes, saneamento básico, infraestrutura, meio ambiente etc., em face do crescimento da população e da consequente demanda socioeconômica. Um simples raciocínio para sabermos se os recursos financeiros de que dispõe o Estado são suficientes para suas necessidades basta compararmos estatisticamente o crescimento da população e das áreas metropolitanas com a receita necessária. Em relação ao nosso país vamos ter uma bombástica surpresa, pois enquanto os recursos financeiros arrecadados crescem na proporção aritmética, a demanda por investimentos em projetos, obras públicas e as diversas necessidades sociais, em proporção geométrica. Há que se ressaltar que a política fiscal e tributária deveria ser o maior instrumento de distribuição da riqueza (renda) e do progresso regional, o que não acontece em nosso país desde os tempos imperiais.
A propósito, na matéria publicada pela Folha de São Paulo de29-04-00
(3º caderno – Cotidiano), bem demonstra este quadro desolador. Mesmo nas
regiões mais prósperas do país, onde as atividades secundárias e terciárias são
mais avançadas, 1% dos mais ricos e 50% dos mais pobres levam, respectivamente,
12,6% e 14,6% (sudeste) e 15,0% e 12,8% (sul) da renda nacional. Isto quer
dizer que neste país do “futuro” (longínquo?) um rico ganhava naquele ano o
mesmo que “cinquenta pobres” ou seja a renda deste era de R$ 2.477,61 (19,06
SM) e a daquele de R$ 125,04 (ou 0,98 SM).
Não arrecadar receitas sonegadas em sintonia com a potencialidade dos Estados e municípios é tão ou mais grave do que os desvios de recursos financeiros já ingressados. No segundo caso se identifica com razoável facilidade os responsáveis pelos crimes; no segundo, os responsáveis estão disseminados por todo território nacional e aumentam de forma assustadora, já que o Estado não tem interesse e é impotente para combatê-los.
Com isso, os recursos que deveriam ingressar aos cofres do Estado para fazer frente às obras e serviços, mesmo os essenciais, são desviados de formas anônimas para campanhas eleitorais, enriquecimento ilícito, lavagens de dinheiro, remessas para paraísos fiscais, criação de grandes ONGs e OCIPS[1], etc., causando “perdas extraordinárias”[2] ao Erário da Nação brasileira. E os setores especializados do governo brasileiro sabem disso? Claro que sabem! Tanto que um dos maiores entrave será mesmo uma Reforma Tributária profunda e séria. No caso dos Serviços Públicos, o Estado precisa de recursos cada vez mais crescentes para atender aos custos de saúde, educação, habitação, transportes, saneamento básico, infraestrutura, meio ambiente etc., em face do crescimento da população e da consequente demanda socioeconômica. Um simples raciocínio para sabermos se os recursos financeiros de que dispõe o Estado são suficientes para suas necessidades basta compararmos estatisticamente o crescimento da população e das áreas metropolitanas com a receita necessária. Em relação ao nosso país vamos ter uma bombástica surpresa, pois enquanto os recursos financeiros arrecadados crescem na proporção aritmética, a demanda por investimentos em projetos, obras públicas e as diversas necessidades sociais, em proporção geométrica. Há que se ressaltar que a política fiscal e tributária deveria ser o maior instrumento de distribuição da riqueza (renda) e do progresso regional, o que não acontece em nosso país desde os tempos imperiais.
A propósito, na matéria publicada pela Folha de São Paulo de
A
principal e legítima fonte de recursos financeiros do Estado, ou seja, da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é a arrecadação de
tributos, isto é, dos impostos, taxas, contribuição sociais e de melhoria. São
poucos os municípios no país que arrecadam seus tributos próprios próximo de
sua potencialidade, razão porque a maioria subsiste com os repasses das
Transferências Constitucionais e voluntárias dos Estados e da União. Mas os
dirigentes de nossa Federação parecem não estar preocupados com a Reforma
Tributária, pois os Ajustes Fiscais (entenda-se aumento de tributos, redução de
custos na forma de cortes orçamentários, transposição de verbas orçamentárias,
etc.) supre temporariamente a preocupação com o “déficit primário”. Desta
feita, as duas que passaram a ser prioridades foram as da administração do
Estado e da Previdência Social; a primeira com cortes na área social,
congelamento de salários e eliminação de conquistas trabalhistas, privatizações
e concessões ruinosas, terceirização de mão-de-obra etc.; a segunda, com maior
ênfase sob a alegação de que seria a saída para o equilíbrio do “déficit”
previdenciário. Certamente, as causas do “déficit” da Previdência Social têm
razões estruturais mais profundas. Evidentemente, que não é apenas o “déficit”
de apenas um Ministério de cunho social, com receita própria, que poderia
desestabilizar as finanças de nosso país. Quem conhece administração pública
sabe muito bem que os problemas daquele Ministério não residem somente na
concepção da relação receita/despesa.
O anacronismo e ineficácia da estrutura funcional e operacional foram adredemente preparada para induzir a população apoiar sua privatização. Os desvios de recursos financeiros (uns transparentes outros não) que nossa Previdência Social estatal sofreu ao longo de décadas desde sua criação é uma prova deste desiderato. Os que se lembram dos antigos IAPs (Institutos Federais de Previdência e Assistência), tem certeza disto! No entanto, eu pergunto, como é que os serviços de assistência previdenciária e de saúde na Comunidade Européia são, na sua totalidade, estatal e de ótima qualidade? Existe algum milagre, claro que não! Cito os serviços de saúde na CE porque nos EUA o público não existe e os privados são restritivos. Os componentes são apenas eficiência, eficácia e decência no trato da “coisa pública” que é ônus de todo cidadão. A população brasileira não deve desconhecer de que é a União, através da Receita Federal, o âmbito que dispõe de uma estrutura um pouco mais eficiente, porém não muito eficaz para combater as fraudes e sonegação de tributos. Os estados, com raras exceções e a totalidade dos municípios, tributam, fiscalizam e arrecadam muito mal e quase sempre de forma incorreta e injusta. Na maioria dos municípios brasileiros a arrecadação do ISS (tributação de natureza econômica) que deveria ser compatível ou maior do que a do IPTU (tributação da propriedade) é extremamente menor ou quase insignificante. Segundo um experiente jornalista econômico da Folha de São Paulo dia que existe municípios que não chegam a arrecadar R$ 2,00 (dois reais) por habitante/ano de ISS (Ver Caderno 2 – Dinheiro, de 8/11/98). Por isto vemos muitos prefeitos que em vez de arrecadar justa e corretamente seus tributos próprios, ficam, entre outros, subtraindo parte dos recursos do Fundef para pagar encargos ligados à folha de salários. Ora, o dinheiro do Fundef, segundo a lei que o criou, é para o apoio e desenvolvimento do ensino e não para atender “despesas correntes” relativas a encargos de servidores, cuja rubrica deve ser atendida com recursos comuns da gestão orçamentária. Em matéria de arrecadação, é bom que se lembre de que o Estado é comparado a um grande “condomínio” e por isto todos têm de pagar para que se cobre menos de cada um. Ora, se a arrecadação de tributos que é a principal fonte de recursos próprios e saudáveis do Poder Público e esta vai minguando ao longo dos anos, o que fazer para suprir as necessidades que crescem assustadoramente. A única maneira de conseguir um fluxo maior de recursos provenientes da arrecadação de tributos é sem dúvida o alargamento da base tributária, isto é, fazer com que todo contribuinte, sem exceção, pague seus tributos corretamente, respeitados os princípios da capacidade contributiva e o não confisco previstos na Constituição Federal. Para atingir este objetivo, no entanto, o Estado precisa possuir uma estrutura organizacional e operacional eficiente e eficaz. Evidentemente que ele (o Estado) não conseguirá isto por Decreto ou medidas de Gabinete. Quem sentiu “na carne” o aumento do imposto de renda de 25% para 27,5% e da CPMF de 0,20% para 0,38% através de seus “holerites” ou em sua conta corrente bancária, sem seu próprio consentimento ou participação, sabe bem o que isto significa. Não se pode também confundir também o propalado “Ajuste Fiscal” e a “Reforma Tributária”. No primeiro, o Governo Federal consegue com medidas legislativas, mecanismos contábeis e orçamentários (contabilidade pública e nacional) o objetivo que deseja, ou seja, aumenta uma alíquota aqui outra ali; cria um imposto lá outro cá; elimina uma dotação orçamentária de despesa ali outra aqui; pára a execução de um projeto cá outro lá; projeta a dívida de alguns Estados cá; retroage a de outros lá e assim faz também com os municípios: pronto! Elaborou-se a mágica! Está feito o “ajuste” e conseguido o “superávit primário”. Que milagre! Tudo em gabinete! Na segunda, aí sim é que a coisa pega! Reforma Tributária exige trabalho de consenso, pesquisa, entendimento com Estados e Municípios; análise de caso a caso de cada tributo ao longo de sua história operacional com suas repercussões econômico-financeiras entre os entes federados; natureza dos tributos, seu alcance e peso na cadeia produtiva; uniformização de leis e regulamentos do imposto de valor agregado (IVA); implementação e regulamentação de mecanismos de controle operacional e a mais importante: uma infraestrutura material e de pessoal a altura para o comando e gestão na busca de suas metas: a eficiência e eficácia. A Reforma por ser politicamente mais difícil e ferir “interesses setoriais e de entes federados”, “empurram com a barriga” e de preferência não iniciam e nem concluem em ano eleitoral, como no próximo. Sendo assim, para que haja um consenso urge que todos os chefes de Poderes Executivos, desde o Presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais em sintonia com a sociedade se conscientizem definitivamente quanto a seguinte realidade:
O anacronismo e ineficácia da estrutura funcional e operacional foram adredemente preparada para induzir a população apoiar sua privatização. Os desvios de recursos financeiros (uns transparentes outros não) que nossa Previdência Social estatal sofreu ao longo de décadas desde sua criação é uma prova deste desiderato. Os que se lembram dos antigos IAPs (Institutos Federais de Previdência e Assistência), tem certeza disto! No entanto, eu pergunto, como é que os serviços de assistência previdenciária e de saúde na Comunidade Européia são, na sua totalidade, estatal e de ótima qualidade? Existe algum milagre, claro que não! Cito os serviços de saúde na CE porque nos EUA o público não existe e os privados são restritivos. Os componentes são apenas eficiência, eficácia e decência no trato da “coisa pública” que é ônus de todo cidadão. A população brasileira não deve desconhecer de que é a União, através da Receita Federal, o âmbito que dispõe de uma estrutura um pouco mais eficiente, porém não muito eficaz para combater as fraudes e sonegação de tributos. Os estados, com raras exceções e a totalidade dos municípios, tributam, fiscalizam e arrecadam muito mal e quase sempre de forma incorreta e injusta. Na maioria dos municípios brasileiros a arrecadação do ISS (tributação de natureza econômica) que deveria ser compatível ou maior do que a do IPTU (tributação da propriedade) é extremamente menor ou quase insignificante. Segundo um experiente jornalista econômico da Folha de São Paulo dia que existe municípios que não chegam a arrecadar R$ 2,00 (dois reais) por habitante/ano de ISS (Ver Caderno 2 – Dinheiro, de 8/11/98). Por isto vemos muitos prefeitos que em vez de arrecadar justa e corretamente seus tributos próprios, ficam, entre outros, subtraindo parte dos recursos do Fundef para pagar encargos ligados à folha de salários. Ora, o dinheiro do Fundef, segundo a lei que o criou, é para o apoio e desenvolvimento do ensino e não para atender “despesas correntes” relativas a encargos de servidores, cuja rubrica deve ser atendida com recursos comuns da gestão orçamentária. Em matéria de arrecadação, é bom que se lembre de que o Estado é comparado a um grande “condomínio” e por isto todos têm de pagar para que se cobre menos de cada um. Ora, se a arrecadação de tributos que é a principal fonte de recursos próprios e saudáveis do Poder Público e esta vai minguando ao longo dos anos, o que fazer para suprir as necessidades que crescem assustadoramente. A única maneira de conseguir um fluxo maior de recursos provenientes da arrecadação de tributos é sem dúvida o alargamento da base tributária, isto é, fazer com que todo contribuinte, sem exceção, pague seus tributos corretamente, respeitados os princípios da capacidade contributiva e o não confisco previstos na Constituição Federal. Para atingir este objetivo, no entanto, o Estado precisa possuir uma estrutura organizacional e operacional eficiente e eficaz. Evidentemente que ele (o Estado) não conseguirá isto por Decreto ou medidas de Gabinete. Quem sentiu “na carne” o aumento do imposto de renda de 25% para 27,5% e da CPMF de 0,20% para 0,38% através de seus “holerites” ou em sua conta corrente bancária, sem seu próprio consentimento ou participação, sabe bem o que isto significa. Não se pode também confundir também o propalado “Ajuste Fiscal” e a “Reforma Tributária”. No primeiro, o Governo Federal consegue com medidas legislativas, mecanismos contábeis e orçamentários (contabilidade pública e nacional) o objetivo que deseja, ou seja, aumenta uma alíquota aqui outra ali; cria um imposto lá outro cá; elimina uma dotação orçamentária de despesa ali outra aqui; pára a execução de um projeto cá outro lá; projeta a dívida de alguns Estados cá; retroage a de outros lá e assim faz também com os municípios: pronto! Elaborou-se a mágica! Está feito o “ajuste” e conseguido o “superávit primário”. Que milagre! Tudo em gabinete! Na segunda, aí sim é que a coisa pega! Reforma Tributária exige trabalho de consenso, pesquisa, entendimento com Estados e Municípios; análise de caso a caso de cada tributo ao longo de sua história operacional com suas repercussões econômico-financeiras entre os entes federados; natureza dos tributos, seu alcance e peso na cadeia produtiva; uniformização de leis e regulamentos do imposto de valor agregado (IVA); implementação e regulamentação de mecanismos de controle operacional e a mais importante: uma infraestrutura material e de pessoal a altura para o comando e gestão na busca de suas metas: a eficiência e eficácia. A Reforma por ser politicamente mais difícil e ferir “interesses setoriais e de entes federados”, “empurram com a barriga” e de preferência não iniciam e nem concluem em ano eleitoral, como no próximo. Sendo assim, para que haja um consenso urge que todos os chefes de Poderes Executivos, desde o Presidente da República, governadores de estados e prefeitos municipais em sintonia com a sociedade se conscientizem definitivamente quanto a seguinte realidade:
1) Que todas
as nações em desenvolvimento estão sentindo os efeitos da globalização perversa
externa na economia interna, exigindo de cada uma maior e melhor desempenho
(métodos e processos) no âmbito da iniciativa privada e por via de conseqüência
na Administração Pública.
2) Que maior
produtividade com redução de custos (incluindo os financeiros e tributários) é
fator preponderante para a sobrevivência das atividades empresariais, em
especial as voltadas para o mercado interno.
3) Que deve
haver incentivo ao fomento das atividades de pequeno porte para seu crescimento
até uma certa estrutura econômica, a partir do qual estas também passem
contribuir ao Estado, pagando tributos corretamente como as empresas de
tratamento normal. Incentivo ou benefícios fiscais com redução de impostos,
jamais! Se a perda de receita for geral, esta prejudica o cumprimento das
obrigações do Estado; se esta for setorial, a mesma afronta o princípio
constitucional da “isonomia” (art. 150, II, da CF). Então, o quer fazer? Só uma
reforma profunda, justa e abrangente para extirpar os males ao longo da
história tributária deste país. Desde a grande reforma de 1965 promovida pela
Emenda 18 daquele ano, quando a carga tributária correspondia a 25% do PIB[3]
(hoje em quase 40%), o Estado brasileiro só vem conseguindo aumentar a
arrecadação de tributos via mecanismos legislativos.
4) Que
sabemos existir um jogo de “empurra” entre consumidores (os verdadeiros
contribuintes), o fisco e os empresários. Realmente a “carga tributária” está
cada vez mais pesada, pois o Estado se obriga a aumentar sempre aos
contribuintes que pagam corretamente, enquanto que muitos nada ou pouco pagam e
ainda muitos ficam na informalidade. A verdade é que não existe a tão decantada
“responsabilidade social”. Se todo consumidor cumprisse sua obrigação social
exigindo nota/cupom fiscal com destaque
do tributo pago e o empresário não se locupletasse com a parte devida ao
Estado (enriquecimento ilícito), tenho certeza de que “carga” tributária seria
mais amena; não haveria necessidade de tanta fiscalização e certamente cada um
pagaria menos.
5) Que o
Estado deve otimizar a administração de seus recursos financeiros, em especial
os oriundos da arrecadação de tributos, para evitar a busca de mais recursos de
outras fontes (empréstimos, AROs, emissões de títulos etc.), comprometendo
ainda mais sua capacidade de endividamento.
6) Que os
Municípios brasileiros são os que mais sofrem pela falta de uma estrutura
competente, dinâmica e eficaz para a cobrança correta de seus tributos próprios
e combate à sua sonegação[4].
De igual forma também precisam assessorar os estados para a correta
fiscalização e coleta das Declarações Fisco-Contábeis (DFCs) do ICMS dentro do
prazo, documento básico e de fundamental importância para que os repasses
constitucionais do ICMS (valor adicionado) arrecadado sejam feitos
tempestivamente.
7) Que o
Estado brasileiro não tem controle sobre seus gastos porque não possui um
projeto permanente de Estrutura e Administração de Custos para saber quanto
cada área precisa gastar e monitorar o acompanhamento destes dispêndios e sua
aplicação e, ainda, avaliar se os mesmos são compatíveis com seu retorno
(custo/benefício).
8) Que os
profissionais ligados à área contábil e de administração empresarial, sob pena
de cumplicidade (CC arts 1.177 e 1.178), sejam os primeiros a levar junto aos
contribuintes uma mudança de mentalidade, da qual serão eles os próprios
beneficiários.
9) Que o próprio contribuinte
correto em suas obrigações tributárias que arca com o custo do Estado,
acompanhe e fiscalize as atividades tributáveis de seus concidadãos oferecendo
as denúncias que julguem necessárias.
10) Que as administrações municipais
precisam de permanente assistência técnica e financeira, todavia sem
assistencialismos, paternalismos e preferências discriminatórias, mas exigindo
que povo escolha seus mandatários e agentes políticos[5]
por competência, excepcional saber e preparo acadêmico específico à área, em
especial quanto à Administração Tributária, cujos responsáveis na sua maioria
são escolhidos por critérios políticos e/ou compadrio. É notório que a maioria
dos municípios brasileiros são mal administrados, já que não otimizam e
racionalizam as despesas, bem como arrecadam suas receitas por espontaneidade,
isto é, por não possuir adredemente uma estrutura técnico/ profissionalizada de
sua área de tributação e fiscalização em face da proximidade do Poder Tributante
e de seus contribuintes.
11) Que a corrupção, os desvios e
malversação de recursos, a sonegação e evasão de tributos, a informalidade
desmesurada, a circulação livre de produtos “pirata”, as “ONGs. es OSCIPs” frias,
manipuladas por “laranjas”, para o enriquecimento ilícito e “lavagens” de
dinheiro e muitas outras formas criminosas de “sangria” de recursos deve
merecer um projeto permanente de controle e repressão de “larga envergadura”.
Assim colocadas
tais premissas, por outro lado, pensamos que o Estado para ter força moral na
cobrança dos tributos precisa preservar os princípios de que deve cobrar de
forma legal, eficaz, equitativa, proporcional e isonômica, e empregar os
recursos de forma ainda mais rigorosa e produtiva, ou seja, com critérios
absolutamente técnicos em primeiro plano, buscando permanentemente o controle,
a otimização e a eficácia no alcance de seus objetivos.
Sem isso, estou
convencido que a administração financeira estatal continuará sendo um caos e os
recursos financeiros serão sempre obtidos de forma não saudável e quase sempre
injusta através de empréstimos, tributação
mais elevada, criação de mais tributos, emissão de moeda, investimentos
estrangeiros em vantagens com os nacionais, etc. e os contribuintes formais,
que sempre pagam (corretamente ou não), continuarão sendo as vítimas de pesados
e crescentes ônus tributários.
Em conclusão, a ênfase que dou quando adjetivo o título
desta matéria é a preocupação pela manutenção indefinida de três situações
indesejáveis em relação ao contribuinte: a primeira é a de que os que realmente
pagam tributos neste país são tidos como os “otários” de um governo injusto e
incompetente; a segunda é a de que os que não pagam são “gigolôs” indiretos de
uma massa que não reage (ou neoboba?); e a terceira é a de que os que pagam já
estão no limite de seu cansaço e a qualquer momento podem passar para o outro
lado.
* O articulista é
tributarista, auditor fiscal aposentado, administrador, pós-graduado em
Administração Pública e professor.
[1] ONGs (Organização
não Governamental) e OCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público). Estas “organizações” no Brasil exigem órgãos exclusivos sérios e
robustos na Receita Federal do Brasil e no TCU (Tribunal de Contas da União)
para combate aos ilícitos. Só na área da Amazônia existem mais de três mil
destas supostas organizações subsidiadas com recursos financeiros estrangeiros
e nacionais clandestinos.
[2] “Perdas
Extraordinárias” define-se como total dos prejuízos que o Estado brasileiro
sofre com todos os atos e fatos fraudulentos, muitos camuflados, que o Estado
brasileiro sofre por falta de controles sérios e efetivos, tais como auditorias
fiscais e financeiras constantes em todos os âmbitos e investigações prévias e
preventivas através de servidores de carreiras de alto nível.
[3] Ver em Correia,
Leandro H., “A LRF e o controle do orçamento público municipal, págs. 19 a 40” , Bibl. UNIVALI, reg.
34/C817I/LC – 392224.
[4] Ver artigo 37, incisos
XVIII e XXVII da CF e arts. 13, 14 e 58 da LC 101/00 (LRF) e artigo 10, incisos
VII e X da lei nº 8429/92 (LIA).
[5] Quanto às
Secretarias que exigem conhecimentos superiores das áreas de Administração,
pedir assessoria e indicação ao Conselho Regional de Administração (CRA).
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