Hoje quero tratar da lei “causa e efeito”, já que para certas “doutrinas” é
considerada uma Lei perfeitamente explicada pela “lógica espiritual”, todavia
refutada pelos estudiosos das “leis físicas e sociais”. Mas, a relação de “causa/efeito”,
por exemplo, está muito presente na relação do homem com o meio em que ele
vive. Assim, p. ex., se o homem desmata e/ou elimina o húmus de forma
degradante de morros, encostas e vales de solos porosos, com as chuvas
torrenciais pode causar grandes avalanches de terras, pedras e matérias orgânicas
que certamente irão destruir suas próprias benfeitorias ambientais. O exemplo
mais perverso da relação da causa/efeito é a ação do homem no lançamento de
milhões de toneladas de resíduos em forma de fumaça e poeira diversas na atmosfera
causando o “efeito estufa”, ou seja, uma “cortina poluente” que não
permite a permeabilidade às nuvens e a fuga gazes, que muda a regularidade das “frentes
frias” e do regime das chuvas e dos ventos; com isso traz os grandes problemas
climáticos, tais como as secas em algumas regiões do planeta, chuvas
torrenciais, tsunami, furacões, tempestades e tornados em outras.
SEGUNDO A VISÃO ESPÍRITA
A Lei de causa
e efeito é um dos princípios fundamentais preconizados pela Doutrina Espírita para explicar as
contingências ligadas à vida humana. Também é conhecida na literatura espírita
como Lei da Causalidade.
Segundo ela, a
todo ato da vida moral do homem corresponderia uma reação semelhante dirigida a
ele, criando-se, assim, algo similar ao "cosmos ininterrupto de
retribuição ética", a que alude Max Weber
em Economia e Sociedade.
A Lei de causa e
efeito, segundo compreendia Kardec, distanciava-se da concepção de Carma, erroneamente
difundida no ocidente, por não admitir o determinismo.
Esta lei procura
explicar os acontecimentos da vida atribuindo um "motivo justo", e
uma "finalidade proveitosa" para todos os acontecimentos com que se
depara o homem, inclusive o sofrimento.
SEGUNDO O BUDISMO
Na filosofia
budista, a chamada lei de causa e efeito' parte do
pressuposto que tudo o que é vivo no universo está sujeito a tal lei. Uma ação,
uma palavra ou um pensamento, é uma forma de criar uma causa. O efeito corresponde
a causa praticada, boa ou má. Uma pessoa que leva sofrimento a outra, terá uma
vida vazia e infeliz. Ao contrario uma pessoa que leva felicidade e esperança a
outras pessoas terá uma vida feliz e prospera.
- Dhammaniyama: a lei da natureza de causa e efeito;
- Utuniyama: a lei da natureza que diz respeito aos objetos físicos (leis físicas);
- Bijaniyama: a lei da natureza que diz respeito aos seres vivos e à hereditariedade (leis biológicas);
- Cittaniyama: a lei da natureza que diz respeito aos processos mentais (leis psicológicas ou psíquicas);
- Kammaniyama: a lei de kamma que é de particular importância na determinação do bem estar humano e está diretamente relacionada com o comportamento humano sob a perspectiva da ética.
SEGUNDO A VISÃO DA
FILOSOFIA PURA
A lei de causa
e efeito, afirmada como sendo uma "lei" em Filosofia,
é um pseudoargumento usado por criacionistas,
especialmente os biblicistas tentando derrubar a evolução dos
seres vivos como fato e as afirmações da teoria da evolução. Parte da sentença simplória
de que "nenhum efeito é quantitativamente maior e/ou qualitativamente
superior à causa".
Trata-se de uma
distorção do princípio filosófico de causalidade, que não se
aplica deste modo, muito menos aos seres vivos e sua alteração no tempo
(evolução), pois estes são parte muito menor que o universo,
ou mesmo do sistema solar, ou ainda mesmo a Terra e sua geologia.
Trata-se, portanto, de uma falácia.
Análise como uma falácia
Uma demonstração
simples que é uma falácia é que uma simples faísca
pode deflagrar uma enorme quantidade de pólvora.
Os criacionistas
afirmam sobre sua aplicabilidade e amplo reconhecimento em diversas ciências
como a Física,
a Química
e até Matemática
(que não é uma ciência em sentido mais estrito, muito menos uma ciência natural),
e que podemos encontrá-lo em Biologia, Filosofia e Sociologia.
Estas afirmações,
mais específicas, possuem cada uma sua refutação.
Na Física,
demonstra-se que não existe tal princípio pois um mínimo nêutron
pode desencadear uma fissão num núcleo atômico como o de urânio
(que contém muito mais de um nêutron) causando sua fissão nuclear. Na Química,
o exemplo da pólvora acima já seria suficiente, mas igualmente, pode-se citar
substâncias que não reagem quando colocadas em contato, mas ao se acrescentar
um catalisador,
ou uma variação de temperatura, passam a reagir.
Em Matemática, tal
afirmação não possui sentido, pois Matemática é um sistema de linguagem lógica
sobre axiomas,
portanto, não trata de coisas que sejam causadas ou seja efeitos de outras,
ainda mais em algo que já implica em tempo, que é uma dimensão física. Assim
como a Filosofia, em si, também não trata de fenômenos naturais, físicos.
Em Biologia, o
exemplo seria direta e banalmente simples, pois um grupo pequeno e suficiente
de bactérias
patogênicas, de volume e massa minúsculo, pode
levar a morte um organismo complexo como, por exemplo, o humano, ou mesmo, uma
população inteira de indivíduos.
Na Sociologia,
basta lembrarmos que um pequeno grupo de indivíduos munido de discurso
convincente e popular, pode conduzir uma população inteira a revoltas ou
revoluções.
Questões de
causalidade na evolução dos seres vivos são estudadas seriamente em biologia[1]
e nas discussões sobre teleologia no processo evolutivo.
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