A
falsa elite brasileira fica vagando numa faixa entre os pobres emergentes, a
classe “C” inteira e uma parte da classe “B”, ficando de fora totalmente a “A”
que é representada pelos ricos e muito ricos, ou seja, estes que não pagam
corretamente seus impostos, sem considerar o de “Grandes Fortunas” até hoje
retido sob forte “lobby” plutocrata. Esta classe se deixa influenciar por
falsos lideres que lhes bota na cabeça a não existência de governo para maioria,
pois isto é um mito segundo o modelo neoliberal capitalista; são os que menos
pagam impostos, pois na sua maioria são informais e atuam, muitas vezes, sem
necessidade de profissionalização; os benefícios que o governo precisa conceder
aos totalmente excluídos para que não morram de fome são sempre criticados, já que desconhecem
que os maiores pagantes de impostos (consumo) são justamente os pobres. Esta
“falsa elite” repudia sem ponderações eleição de pessoas sem nível universitário para altos cargos. Desta “falsa elite” existe uma grande parcela, sem
qualificação, que vive de especulação negocial e dos chamados “rolos nas
trocas”, isto é o "famoso escambo de ruas" que em países subdesenvolvidos permanece em
franco desenvolvimento sem controle. Desta faixa da população que, não tendo muito
que fazer, e dispondo de um relacionamento fácil com a população, muitos são
escolhidos como líderes do capital externo para trabalhar (não gratuitamente)
a fim de influir na conduta social e política da população, especialmente em eleições
cujos candidatos não estão mui de acordo com a “cartilha de Washignton. Muitos
destes influenciados que não “ganham nada” e representam uma grande parte de
população são os “inocentes úteis” ou “Maria vai com as outras”. Esta
situação sócio-política sempre fora tranquila para o domínio da hegemonia do
grande capital em países como o Brasil. Enquanto os países latino-americanos
tinham a maior parte de sua população na zona rural e embrenhada nas florestas a
situação fora tranquila, já que aqueles “pobres passivos” não ofereciam nenhum
perigo de reação. No entanto aqui no Brasil os latifundiários com seus mecanismos lobistas blindaram uma reforma agrária séria, abrangente e justa, expulsando a população
campesina para as cidades e com ela explodiram vários problemas
sociais. Em alguns países da América do Sul “estas pequenas elites”, como é o
caso da Venezuela, mui bem financiadas organizadas, vão p’ras ruas a fazer
protestos violentos e outros movimentos contra o governo em sintonia com o
desabastecimento de gêneros alimentícios nos Supermercados e o assessoramento do
comando externos do grande capital. No passado recente, pela mesma via,
conseguiram desmantelar a economia argentina com as megas privatizações,
boicotes e corrupção após a queda de Peron. É preciso sem falta e de imediato atentar para
o pensamento de Frei Betto às páginas 231 de sua fantástica obra A mosca Azul
(reflexão sobre o poder), da Editora Rocco, 2006:
“O neoliberalismo,
empenhado em preparar o funeral da história, insiste que deixemos de pensar. Melhor
redizer as palavras, submeter o pensamento ao pragmatismo tão em moda, como a
arte da prosperidade, ou ao realismo cético de que se dobra ao pensamento único
ao delegar ao sistema o direito de pensar por ele.”
Às
páginas 306 de sua obra Frei Betto preconiza:
“Hoje, na América
Latina, cristãos e marxistas atuam juntos nos mesmos movimentos populares, nos
mesmos sindicatos combativos, nos mesmos partidos progressistas. Não se quer
confessionalizar os instrumentos de luta política, pois a divisão da sociedade
não se dá entre crentes e não-crentes, e sim entre opressores e oprimidos.”
E
a mesma página esclarece:
“Não foi o marxismo
que levou amplos setores cristãos a descobrirem os pobres. Foram os pobres que
levaram os cristãos a descobrirem a importância das mediações analíticas. Diante
de tanta miséria foi preciso perguntar por suas causas estruturais e pelas
condições de sua superação.”
À
página seguinte (307) arremata:
“Admitir o fracasso
completo do socialismo real é desconhecer suas conquistas sociais – sobretudo quando
consideradas de ponto de vista dos países pobres – e aceitar a hegemonia perene
do capitalismo. É preciso detectar as causas dos desvios crônicos do regime
socialista e redefinir o próprio conceito de socialismo.”
Por
isso, o povo que não pensa será levado e monobrado pelos que fazem de seu
pensamento o fim único de seus interesses.
E daí vão me contestar? Veronesi
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