terça-feira, 4 de novembro de 2014

RELAÇÃO DE “CAUSA E EFEITO”...

Hoje quero tratar da lei “causa e efeito”, já que para certas “doutrinas” é considerada uma Lei perfeitamente explicada pela “lógica espiritual”, todavia refutada pelos estudiosos das “leis físicas e sociais”. Mas, a relação de “causa/efeito”, por exemplo, está muito presente na relação do homem com o meio em que ele vive. Assim, p. ex., se o homem desmata e/ou elimina o húmus de forma degradante de morros, encostas e vales de solos porosos, com as chuvas torrenciais pode causar grandes avalanches de terras, pedras e matérias orgânicas que certamente irão destruir suas próprias benfeitorias ambientais. O exemplo mais perverso da relação da causa/efeito é a ação do homem no lançamento de milhões de toneladas de resíduos em forma de fumaça e poeira diversas na atmosfera causando o “efeito estufa”, ou seja, uma “cortina poluente” que não permite a permeabilidade às nuvens e a fuga gazes, que muda a regularidade das “frentes frias” e do regime das chuvas e dos ventos; com isso traz os grandes problemas climáticos, tais como as secas em algumas regiões do planeta, chuvas torrenciais, tsunami, furacões, tempestades e tornados em outras.
SEGUNDO A VISÃO ESPÍRITA
A Lei de causa e efeito é um dos princípios fundamentais preconizados pela Doutrina Espírita para explicar as contingências ligadas à vida humana. Também é conhecida na literatura espírita como Lei da Causalidade.
Segundo ela, a todo ato da vida moral do homem corresponderia uma reação semelhante dirigida a ele, criando-se, assim, algo similar ao "cosmos ininterrupto de retribuição ética", a que alude Max Weber em Economia e Sociedade.
A Lei de causa e efeito, segundo compreendia Kardec, distanciava-se da concepção de Carma, erroneamente difundida no ocidente, por não admitir o determinismo.
Esta lei procura explicar os acontecimentos da vida atribuindo um "motivo justo", e uma "finalidade proveitosa" para todos os acontecimentos com que se depara o homem, inclusive o sofrimento.
SEGUNDO O BUDISMO
Na filosofia budista, a chamada lei de causa e efeito' parte do pressuposto que tudo o que é vivo no universo está sujeito a tal lei. Uma ação, uma palavra ou um pensamento, é uma forma de criar uma causa. O efeito corresponde a causa praticada, boa ou má. Uma pessoa que leva sofrimento a outra, terá uma vida vazia e infeliz. Ao contrario uma pessoa que leva felicidade e esperança a outras pessoas terá uma vida feliz e prospera.
  • Dhammaniyama: a lei da natureza de causa e efeito;
  • Utuniyama: a lei da natureza que diz respeito aos objetos físicos (leis físicas);   
  • Bijaniyama: a lei da natureza que diz respeito aos seres vivos e à hereditariedade (leis biológicas);
  • Cittaniyama: a lei da natureza que diz respeito aos processos mentais (leis psicológicas ou psíquicas);
  • Kammaniyama: a lei de kamma que é de particular importância na determinação do bem estar humano e está diretamente relacionada com o comportamento humano sob a perspectiva da ética.

SEGUNDO A VISÃO DA FILOSOFIA PURA
A lei de causa e efeito, afirmada como sendo uma "lei" em Filosofia, é um pseudoargumento usado por criacionistas, especialmente os biblicistas tentando derrubar a evolução dos seres vivos como fato e as afirmações da teoria da evolução. Parte da sentença simplória de que "nenhum efeito é quantitativamente maior e/ou qualitativamente superior à causa".
Trata-se de uma distorção do princípio filosófico de causalidade, que não se aplica deste modo, muito menos aos seres vivos e sua alteração no tempo (evolução), pois estes são parte muito menor que o universo, ou mesmo do sistema solar, ou ainda mesmo a Terra e sua geologia. Trata-se, portanto, de uma falácia.

Análise como uma falácia

Uma demonstração simples que é uma falácia é que uma simples faísca pode deflagrar uma enorme quantidade de pólvora.
Os criacionistas afirmam sobre sua aplicabilidade e amplo reconhecimento em diversas ciências como a Física, a Química e até Matemática (que não é uma ciência em sentido mais estrito, muito menos uma ciência natural), e que podemos encontrá-lo em Biologia, Filosofia e Sociologia.
Estas afirmações, mais específicas, possuem cada uma sua refutação.
Na Física, demonstra-se que não existe tal princípio pois um mínimo nêutron pode desencadear uma fissão num núcleo atômico como o de urânio (que contém muito mais de um nêutron) causando sua fissão nuclear. Na Química, o exemplo da pólvora acima já seria suficiente, mas igualmente, pode-se citar substâncias que não reagem quando colocadas em contato, mas ao se acrescentar um catalisador, ou uma variação de temperatura, passam a reagir.
Em Matemática, tal afirmação não possui sentido, pois Matemática é um sistema de linguagem lógica sobre axiomas, portanto, não trata de coisas que sejam causadas ou seja efeitos de outras, ainda mais em algo que já implica em tempo, que é uma dimensão física. Assim como a Filosofia, em si, também não trata de fenômenos naturais, físicos.
Em Biologia, o exemplo seria direta e banalmente simples, pois um grupo pequeno e suficiente de bactérias patogênicas, de volume e massa minúsculo, pode levar a morte um organismo complexo como, por exemplo, o humano, ou mesmo, uma população inteira de indivíduos.
Na Sociologia, basta lembrarmos que um pequeno grupo de indivíduos munido de discurso convincente e popular, pode conduzir uma população inteira a revoltas ou revoluções.
Questões de causalidade na evolução dos seres vivos são estudadas seriamente em biologia[1] e nas discussões sobre teleologia no processo evolutivo.

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