MODELO ESGOTADO NAS TRANSFORMAÇÕES DO TEMPO
Dia 09-06-2012 Ivan
Veronesi
Muitas pessoas me perguntam se sou socialista. Eu digo que mais ou
menos. Eu explico, com relativa facidade, pois nunhum modelo sócio-economico
pode trazer em suas raízes a radicalização, já que ninguém é dono da verdade. O
liberal capitalismo tem alguns principios saudáveis, desde que cumprido com
honestidade e visando o bem social e do país como um todo. O melhor deles, p.
ex., é a liberdade de iniciativa e de opiniões, em termos. A França já teve e
recentemente elegeu outro Presidente socialista, François Hollande, em face da
omissão e licenciosidade de Nicolas Sarkosy às legítimas causas do país que, em
outras palavras, era a submissão incondicional aos países financeiramente
poderosos. E porque afirmo em primeiro lugar com honestidade e nacionalismo.
Isto por que os grandes e alguns pequenos empreendimentos econômicos são
dirigidos em favor dos grandes grupos financeiros. O que significa isto? Acho
que o mundo capitalista tem por principio de que todos têm um preço.
Ora, se a educação, a moral e a ética do povo, princípios que são nobres em
relação àquele comportamento, como podemos ter uma sociedade justa e
socialmente equilibrada. Aí o silogismo é perfeito: “Se tenho governantes
politicamente honestos” (1ª prop.) – e – “Uma equipe competente, inteligente e
dinâmica” (2ª prop.). Conclusão (3ª prop.): “É inevitável surgir país
socialmente equilibrado”.
No capitalismo impera os mais variados mecanismos sub-reptícios econômico/financeiros
para atingir um único objetivo final: o lucro ou mais valia! Vejam vocês como
foram vendidas as nossas empresas estatais. Aliás, as mesmas foram constituidas
com recursos financeiros que vieram de tributos, portanto, pago pelo povo, por
isso sua venda mesmo por preço justo, visando o benefício de outras áreas
sociais constitui, mesmo assim, um esbulho ao povo. É preciso denunciar que
todas, sem exceção, são alienadas através de Leilões tendenciosos, isto é, onde
predomina a má politica de governos títeres ou subornados, ou quando não (o que
é muito difícil) pelos acordos de vínculos de grandes créditos financeiros.
É por que quase a totalidade de nosso povo acha que a regra do
neoliberal capitalismo é imutável. Ledo engano, já que se tudo se transforma, e
o neoliberal capitalismo, se assim podemos denominá-lo, esgota-se aos efeitos e
defeitos nefastos do crescimento das cidades, sem a sinergia do equilíbrio
entre o ecossistema e os seres vivos do planeta.
Vou dar apenas um exemplo do mineral mais precioso do mundo no momento
em face de sua geração de energia e outros derivados de suma importância à
indústria química e farmacêutica. Ora se meu país possui grandes jazidas de petróleo
de boa qualidade (óleo fino) porque nós um país fronteiriço com nossos irmãos
latinos americanos, vamos intentar artifícios mentirosos e falaciosos para
invadí-los, pressionando-os a nos apoiar.
Aliás, isto nem é capitalismo, pois assim se apresentando tem contornos
de terrorismo capitalista! Outro exemplo é o caso de projeto SIVAM na Amazônia.
O que muitos não sabem é que “forças políticas e financeiras internacionais”,
afastando a França da concorrência, exerceram pressão para emprestar 1,4 bilhão
de dolares, além de impor outras várias condições.
O caso da China, p. ex., foi muito “bem bolado”, ou seja, as forças
capitalistas financiaram um Programa de capitalização do país, aproveitando a
imensa “Mão de Obra” escrava para fabricar produtos “made in China”, todavia
com etiqueta de marketing das mais variadas empresas do mundo. Agora a China
quer produzir e vender diretamente os seus produtos no mercado internacional,
com certeza quebrando muitos países atravessadores à sua grande produção.
E os cartéis como se formam? Aliás, os cartéis na verdade existem para
atingir o mesmo objetivo de um monopólio, ou seja, dominar o mercado, já que os
preços e condições são acordados por várias empresas. Hoje vi pela manhã num
dos importantes Canais de TV deste país, “apelos conscientes e dirigidos” para
buscar formas de solucionar as mazelas, quais efeitos (e não causas) de um
modelo esgotado e predador.
Quando se fala em “distribuição de mais riquezas” como a “única solução”
para multiplicar e fortalecer a economia, os mentores do modelo se arrepiam e
continuam temendo a perda de mais rendas, valias e privilégios. Todavia a
mecânica do raciocínio é elementar, já que se um país aumenta o poder
aquisitivo do povo da base social, certamente o mesmo não vai gastar em viagens
ao exterior e produtos de luxo e sim no mercado interno, consumindo mais
mercadorias e serviços, portanto criando mais empregos e oportunidade para os
mais pobres, redobrando ou triplicando o lucro e vantagens aos investidores.
A França e a Espanha são tradicionais países que alternam governos
socialistas e nunca se ouviu falar que os mesmos de “formas autoritárias”
saíram saqueando e/ou sequestrando bens das classes mais ricas. O que se vê sim
é uma persistente posição para que os mentores dos capitais não tenham como
única meta a busca constante de cortes nas conquistas sociais para manutenção
da condição holística do povo.
O modelo sócio-capitalista do modo como foi concebido em nosso país é “afunilador
da pirâmide social” e exaustivo nas riquezas minerais e vegetais, além de
predador dos recursos benéficos à vida na terra, buscando sempre o
empobrecimento das nações através de mecanismos de “política financeira
concentradora” e usa da “mídia” massificante para insistir na motivação ao
consumismo às classes B, C e D em que todos os artifícios são acionados para
sugar o meio circulante, tais como cartões de crédito, empréstimos consignados,
crédito pessoal e outras formas de crédito, nunca, porém, optando pelo aumento
do “poder aquisitivo” dos trabalhadores gerado pelo próprio trabalho.
Assim como temos o “circulo vicioso da pobreza” temos também o “circulo
vicioso da riqueza”, ambos demonstrados acima.
Por outro lado, um dos grandes crimes históricos cometidos contra as
nações periféricas, em especial as ocidentais e asiáticas, foi o “boicote”
da matriz viária ao transporte urbano de massa.
Curitiba, por exemplo, com ruas e avenidas estreitas, sem o projeto
urbano definitivo, hoje com uma Região Metropolitana com um raio por volta de
100 (cem) quilometros e tres milhões de pessoas, manietados por grupos
conhecidos do transporte urbano aliados a dirigentes publicos cúmplices,
não conseguiu fazer sair do projeto o tão decantado trem metropolitano, mais
conhecido como Metrô e nem os trens elétricos periféricos rápidos e
antipoluitivos (norte/sul – leste/oeste), como de muitas cidades avançadas,
desafogando a locomoção das pessoas, ao exemplo Argentina que o possui Metrô
desde 1913, ao tempo de governos menos subjugados ao capital externo.
No Brasil a matriz viária baseada no modal ferro-hidroviário foi
abortada pelas multinacionais, já que a mesma iria reduzir os grandes
investimentos (obras de infraestrutura) na malha rodoviária em nível nacional e
principalmente o consumo de combustíveis a base de petróleo.
No que concerne à exaustão das florestas do mundo, vemos que seria
totalmente viável se os países em vez de repudiar as compras de madeiras de
florestas nativas, deveriam produzir seus próprios reflorestamentos artificiais,
contribuindo assim em parte com saudáveis condições climáticas do mundo.
Aliás, por falar em florestas nativas, é bom que se lembre de que sua
devastação começou no sul do país quando a Southern
Brazil Lamber & Colonization Company, companhia de origem inglesa que, em
contrato com o governo brasileiro, detinha o direito de ceifar nas margens da
ferrovia, em 15 quilômetros de cada lado, todas as espécies, mesmo as nobres,
de interesse à comercialização internacional.
Além de
um mau exemplo deixado por aquela empresa inglesa aos colonizadores
brasileiros, em especial os do sul do país, ficaram privados das melhores
espécies de “madeiras de lei”.
Por outro lado, se uma sociedade não distribui condignamente a
riqueza, e, também, não mantém instituições públicas com serviços gratuitos e de
boa qualidade, a população ao chegar à pobreza extrema, sem esperança e com
maus arquétipos veiculados pela “mídia”, certamente não tem outra opção a não
ser abraçar a marginalidade e, daí, a passos largos à delinquência e ao
banditismo.
*Ivan
Veronesi é Auditor- Fiscal de Tributos, aposentado; tributarista; Administrador
(CRA/PR 297); Bacharel em Sociologia e Política, pós-graduado em Administração
Pública (UNIVALI – 2016) e professor
aposentado.
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