A terceirização
ampla, geral e irrestrita trará um enorme prejuízo nas relações de trabalho
em nosso país. O problema maior não está no cumprimento e pagamento dos
encargos trabalhistas e previdenciários, já que estes já existiam nas
terceirizações só das atividades meios, todavia são cumpridos de forma claudicante,
pois as Varas trabalhistas dos vários Estados do país encontram-se
cotidianamente entulhadas de RTs (Reclamações Trabalhistas) no processamento diário.
O fulcro da questão está no distanciamento em que se irá dar entre o Empregador
verdadeiro (de fato) e o de vínculo legal com sérios prejuízos para a
profissionalização. A primeira condição de estabilidade que irá “p’ro espaço” são
os Planos de Carreiras que serão extintos; posteriormente o enfraquecimento dos
Sindicatos, já que este será o maior propósito e o relacionamento no ambiente
de trabalho entre funcionários efetivos estáveis e os terceirizados que se
proporão a fazer as mesmas tarefas com salários de 30 a 35% por cento menores.
Exemplo: O Banco do Brasil em um determinado departamento com 20 (vinte)
funcionários teve oito vagas do cargo (função) de Escriturário em aberto
motivadas por aposentadoria, enfermidades, acidentes de trabalho etc. Vai o RH
do Banco e contrata via terceirizadas para aquela função e tarefas. Pois bem!
Os terceirizados, além de ter que aprender os serviços através de treinamento e
aprendizagem com a colaboração dos “colegas estáveis” vão ganhar menos tendo
que fazer as mesmas tarefas. O ambiente de trabalho passará a ter um “elã
inferior”, pois haverá um desestímulo entre os “paradigmas”, já que os estáveis
ganham mais e os terceirizados, ganhando menos, passarão a hostilizar os
efetivos. Quanto à defesa e representação dos terceirizados nem meios terão
para criarem um bom Sindicato, pois “será uma categoria” dispersa e sem
liderança. Sendo assim, as características de pessoas que irão demandar
empregos em atividades fins de “tarefas mais complexas” nunca vão contribuir
para uma força de trabalho de qualidade.
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