Nos governos ditatoriais e pós, todos de direita, ou seja, contra os interesses nacionais ou lesa-pátria, havia alguns homens públicos, entre eles, os mais entreguistas, como os ex-ministros Roberto Campos (Bob Fields) e o Mário Henrique Simonsen (o cachimbo), e os ex-presidentes FHC e Collor dizerem que o pobre no país só teria um “poder aquisitivo” maior se o país crescesse. Ora, já são passadas muitas décadas, o país teve algumas melhoras aparentes do ponto de vista da estrutura econômica, com avanços e retrocessos no campo da política financeira. O Brasil chegou a estar na 7ª posição no Raking de maior PIB do planeta, mas deve cair segundo a Austin Rating (1). No entanto, temos um Salário Mínimo (SM) neste ano (R$ 788,00) que não chega a 250 dolares/mês (2). As privatizações com FHC foi brutal, resultando hoje em matéria de mineração, energia elétrica, siderurgia e metalurgia à completa submissão a preços e condições internacionais. Em várias oportunidades já afirmei que o país “padece gravemente de efeitos”, mas “nunca quis buscar” a solução das causas. Os sucessivos governos do país não quizeram fazer uma Reforma Agrária justa, correta, bem como a interiorização do desenvolvimento do campo, hoje a principal causa da existência das favelas e pessoas indigentes perambulando pelas ruas das cidades; os sucessivos governos, também propositadamente, foram reduzindo as escolas e universidades públicas, gratuitas e de boa qualifidade afunilando o acesso das populações pobres ao ensino e à cultura, o que trouxe sérios problemas à formação de quadros de funcionários para atividades empresariais; as empresas micro e pequenas tiveram um incentivo com a Lei Geral (LC 147/2014), mas as de porte médio e grandes foram quase todas desnacionalizadas, dando lugar ao monopólio e cárteis de multi e transnacionais; o modelo viário é dos mais onerosos e atrasados, ou seja, nas cidades sem boas ruas, avenidas e elevados estruturais com o predomínio de ônibus a combustíveis fósseis, quando os transportes de passageiros mais modernos são os Metrôs elétricos aéreos ou aerobus correndo em altas colunas. O mundo todo está preocupado com a vida nas cidades cada vez mais difícil, em especial no que diz respeito à MOBILIDADE. E os países periféricos, em relação às suas cidades, como sempre, em atraso abissal com algumas cidades da Europa. Neste momento, apostando na “batida perda de memória do povo” paranaense, p. ex., aparece um engenheiro urbanista, ex-prefeito e ex-governador (3) como tendo sido um dos grandes transformadores da cidade de Curitiba, em que defende a cidade do Rio de Janeiro para sediar em 2020 o Congresso da UIA – União Internacional dos Arquitetos (4). E porque ele não defende Curitiba, já que além de sua cidade natal, foi prefeito por três vezes, a primeira das quais nomeado (biônico) e duas vezes governador? Será por que Curitiba tem hoje um modelo superado de transporte via ônibus nas mãos de poucas famílias, com o qual o mesmo contribui efetivamente? Conheço Curitiba há mais de seis décadas e desde lá a mobilidade urbana não prósperou. E não prosperou porque interesses de grupos sempre predominaram. Os BRTs (5) de inspiração lerniana nunca poderiam dar certo, já que usam as mesmas superadas vias terrenas, congestionando-as progressivamente, além de submeter seus usuários e cobradores às “esperas prolongadas em tubos de metal”, quando no verão as temperaturas insuportáveis. Este mesmo modelo (BRTs), como se fora uma “tábua de salvação” estão sendo levados a outras capitais e cidades do país e apresentam os mesmos problemas (6). O transporte de passageiros, p.ex., na base de ônibus em Curitiba vem de longa data; no início eram precárias lotações e posteriormente pequenos ônibus de baixa qualidade; atualmente temos “ônibus modernos”, bi-articulados (os linguições), com carrocerias provavelmente fabricados pela Marco Polo de Caxias do Sul (RS). Um projeto de “mobilidade urbana” como precisa hoje a cidade de Curitiba é de altíssimo interesse público e há décadas os Governos municipais deveriam ter adotado um modal misto, isto é, ônibus/trens elétricos/metrôs aéreos, etc. para desafogar as ruas e avenidas. Enfim, todos percebem que não predomina o interesse do povo e sim do capital privado.
Entre as cidades do país só existem rodovias de baixa qualidade, mal conservadas e obras de alto custo, já que adrede não optaram por ferrovias e hidrovias. Um produto chega do norte ou nordeste do país ao consumidor sulino com acréscimos de 50% a 60% só de frete. A corrupção e a prevaricação minaram todas as instituições brasileiras com a invasão de contratação e “cargos de confiança” por critérios políticos, nunca por competência e mérito; o “instituto da licitação” que seria a forma de contratar bens e serviços por “menor preço e maior qualidade” é fraudado desde a União, passando pelos Estados e com maior ênfase nos municípios brasileiros. O chamado “rodízio das empresas” para fornecimento de bens e serviços superfaturado é hoje uma “cultura nacional”. Um alto funcionário em depoimento na Operação Lava-Jato disse que isso é banalíssimo hoje na Administração Pública e quem diz que a desconhece está sendo altamente pérfido. As crises econômico/financeiras, quase sempre de origens externas, quando atingem o país são diretamente debitadas aos trabalhadores. O capital nunca pode perder, isto é, reduzir um pouco seus lucros e vantagens que vem de longa data, jamais! Os juros altíssimo, o dólar apreciado e a corrosão dos orçamentos públicos nos três âmbitos (União, Estados e municípios) atingiram em cheio à economia brasileira. Com os Orçamentos corroídos com a queda da arrecadação e das megas sonegação e evasão de divisas, perdem os servidores públicos com o congelamento dos salários, além do corte de outros benefícios de longa data; as empresas que contratam com o Poder Público não recebem em dia, além da “regressão da demanda” por mais bens e serviços. O dólar nas alturas só serve aos especuladores que compram tudo e levam daqui o quiserem! Vejam o que aconteceu na Argentina em 2001, país em que todos perderam tudo! (7). Os importadores que detem grandes somas da moeda americana compram mais, mas essa demanda deixa pouco saldo positivo, já que as vendas caem em face dos altos preços dos produtos. Nessa hora os salários são arrochados, as empresas privadas dispensam parte de seus empregados e o governo arrecada menos. É a recessão com toda força atingindo o país! Mas, as Dívidas Externas e Internas, sempre impedidas de serem auditadas e que levam quase a metade de nosso PIB, poderiam contribuir decisivamente para a formação de Reservas para a época de crises. Nesta hora, quando há um escândalo aberto conduzido como o da maior empresa Petrolífera das Américas ainda brasileira, já que os maiores encontram-se latentes, a “Mídia” interna auxilia a externa a exovalhar a economia, visando, talvez, desnacionaliza-la. E por quê? São brasileiros? Claro que não! São traidores, cujo “valor maior” é levar vantagens imediatas com o “sacrifício de sangue” dos trabalhadores!
(1) http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2015/03/27/internas_economia,568484/brasil-deve-cair-em-ranking-de-pibs-em-2015-diz-austin-rating.shtml
(2) Ver em: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/01/veja-o-valor-do-salario-minimo-em-2015.html
(3) Jaime Lerner (Curitiba, 17 de dezembro de 1937) é um político, arquiteto e urbanista brasileiro, tendo sido prefeito de Curitiba por três vezes (1971–75, 1979–84 e 1989–92) e governador do Paraná por duas (1995–1999 e 1999–2003).
(4)http://oglobo.globo.com/blogs/blog_gente_boa/posts/2014/07/06/video-defende-rio-como-sede-do-congresso-mundial-de-arquitetura-541600.asp
(5) Ver em: http://pt.wikipedia.org/wiki/BRT_do_Rio_de_Janeiro
(6) http://tvuol.uol.com.br/video/os-problemas-do-sistema-brt-de-transportes-no-rio-de-janeiro-04020C193464C8A15326
(7) Ver Argentina: http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2011/12/corralito-a-crise-institucional-argentina-completa-dez-anos
E aí "Cara Pintada" você concorda comigo? Não? Então fundamente sua discordância, certo? Veronesi
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