segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

MODELO VIÁRIO: UM CRIME QUE NEM A HISTÓRIA VAI RESGATAR!

Hoje, ao tomar conhecimento dos protestos dos caminhoneiros do país, lembrei-me de, mais uma vez, atualizar a memória do povo brasileiro lembrando onde está a “verdadeira causa” dos sérios problemas que estamos vivendo em face do “modelo viário” que fomos obrigados a receber “goela abaixo” dos donos do capital, quando só visam lucros ascendentes, patrimônio crescente e valia progressiva, deixando às gerações futuras angustiantes enfermidades sociais. Sempre faço questão de afirmar a diferença entre “causas e efeitos”, já que ambos são primos-irmãos. O que estamos sentindo por protestos de caminhoneiros, impostos altos, fretes caríssimos, congestionamentos das cidades e áreas metropolitanas, estradas mal-conservadas, altos índices de acidentes graves nas rodovias, transportes coletivos à base de ônibus poluentes e atravancadores das vias urbanas, viagens e turismo internos mais onerosos que os externos, são resultado de um “modelo viário” que só viria trazer lucros e vantagens aos seus manipuladores. Os protestos dos caminhoneiros tem como “principal causa” os aumentos dos combustíveis, pedágios e impostos, custos que não conseguem repassar aos seus clientes, reduzindo com isto sua margem residual (renda) com a qual sobrevivem. Além dos problemas da corrupção e a existência de grandes corruptores, como no caso do Petrobrás, adrede preparados para desnacionalizar a atividade petrolífera nacional, como o fizeram com a Argentina e estão tentando na Venezuela e nos países árabes, aqui também sob efeitos subjacentes de bravatas das quais nosso povo é vítima. Quando me refiro a uma Nação de terceiro mundo, embora nunca soberana e autodeterminante, como proclama a Carta das Nações Unidas, menciono como vítima o povo, já que é este que saí às ruas as 05:00h (cinco) horas da manhã para trabalhar, nas quais enfrenta frio, chuvas, enchentes, bandidos, acidentes graves, balas perdidas, assaltos diretos, etc., quando os plutocratas chegam às 09:00h no seu escritório, nunca sem antes tomar o seu desjejum com sucos os mais diversos, pão e brioches, queijo frescal ou de búfalas, para lá chegarem saídos de ares condicionados e chegados idem,  não mais de Limosines (Mercedes, Lamborghini, BMW etc.), mas de helicópteros descendo no heliponto do mesmo prédio de sua empresa. Pode!? Pode, já que este é o modelo dos “poucos que tem muito e dos muitos que não tem nada”.
Mas, voltemos ao “criminoso modelo viário” existente nas republiquetas como a nossa. Se desde os tempos imperiais, “pensando no bem estar do povo” tivéssemos optado por transportes metropolitanos e entre cidades modernos e limpos através de rios acoplados às ferrovias não teríamos os sérios problemas que hoje temos. Só ferrovias modernas (bitolas largas) e locomotivas elétricas de última geração transportam imensas cargas pesadas a longa distância com custo três vezes menores que o transporte rodoviário. O transporte hidroviário através de rios e canais artificiais preferido em inúmeros países europeos reduz o custo em cinco vezes. E porque o hidroviário e tão mais barato? É óbvio né? Cara pintada! Manutenção de vias quase inexistente; consumo de combustível bem reduzido por ausência de atrito, e manutenção dos navios, chatas, barcaças etc., bem mais baratos.
Nas ligações entre cidades, se por um extremo milagre, o povo não deixasse que os políticos, por seus próprios interesses, optassem pelo modelo caótico que hoje predomina, certamente teríamos hoje menos caminhões nas rodovias, menos custos com mega-rodovias de manutenção caríssimas e, o que é ainda melhor, menor perda de preciosas vidas que não voltam mais!
E nas locomoções intra-urbanas, em vez de conduzirem o modelo apenas para atender aos interesses dos megaempresários, presente na maioria das Capitais, como Curitiba Pr., p.ex., mas sim do povo usuário do sistema, no qual transportam passageiros há mais de cinco décadas em ônibus particulares de propriedade de três ou quatro famílias, circulando em canaletas e estações-tubos, certamente não teríamos problemas recorrentes como temos na atualidade.
Transporte de passageiros e cargas são atividades de extremas importâncias à segurança e interesses nacionais, não podendo “ficar ao sabor” de interesses privados como vem impondo a Gestão Tupiniquim neste país tropical.
Acho, salvo melhor juízo, que os “chamados erros” que prefiro qualifica-los como “adrede escolhidos” para operacionalizar importantes setores de nossa vida econômica, está longe de serem corrigidos “em curto prazo”. Ah! Não? Então peguemos o exemplo da Ferrovia Norte-Sul (1) em que as obras iniciaram-se em 1987, durante o governo do presidente José Sarney. Atualmente encontra-se pronto o trecho entre Açailândia (MA) e Palmas (TO). Quando concluída, possuirá a extensão de 4. 155,6 km e cortará os estados de Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Qual é o principal motivo para uma obra de extrema importância para a ecomonia do país, integrando-a com ramais de outros Estados, estar próximo de completar 30 (trinta) anos de seu início, se não apenas a conspiração política contra os interesses nacionais?
Para se somar a isso, como forma de exaurir a potencialidade do país, temos as grandes “perdas extraordinárias” (2) representadas pelas compensações fraudulentas no Balanço de Pagamentos e os “mecanismos financeiros” de especulações criminosas com dólares e aplicações de grandes somas para sugar altos juros em “transações de curto prazo”.
Mas, o país tem salvação? Tem! Todavia, só “uma saída” que já demonstrei muitas vezes em meu Blog (3).  
 
(1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia_Norte-Sul
(2) Sempre denunciada por Brizola, ver em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_Brizola. Seu discurso era baseado em pontos como a valorização da educação pública e a questão das "perdas internacionais" (pagamento de encargos da dívida externa e envio de lucros ao exterior).[6]        
(3) Ver em: http://blogdoveronesi.blogspot.com.br/                  

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