Hoje, ao tomar
conhecimento dos protestos dos caminhoneiros do país, lembrei-me de, mais uma
vez, atualizar a memória do povo brasileiro lembrando onde está a “verdadeira causa” dos
sérios problemas que estamos vivendo em face do “modelo viário” que fomos
obrigados a receber “goela abaixo” dos donos do capital, quando só visam lucros
ascendentes, patrimônio crescente e valia progressiva, deixando às gerações
futuras angustiantes enfermidades sociais. Sempre faço questão de afirmar a
diferença entre “causas e efeitos”, já que ambos são primos-irmãos. O que
estamos sentindo por protestos de caminhoneiros, impostos altos, fretes caríssimos,
congestionamentos das cidades e áreas metropolitanas, estradas mal-conservadas,
altos índices de acidentes graves nas rodovias, transportes coletivos à base de
ônibus poluentes e atravancadores das vias urbanas, viagens e turismo internos
mais onerosos que os externos, são resultado de um “modelo viário” que só viria
trazer lucros e vantagens aos seus manipuladores. Os protestos dos
caminhoneiros tem como “principal causa” os aumentos dos combustíveis, pedágios
e impostos, custos que não conseguem repassar aos seus clientes, reduzindo com
isto sua margem residual (renda) com a qual sobrevivem. Além dos problemas da
corrupção e a existência de grandes corruptores, como no caso do Petrobrás,
adrede preparados para desnacionalizar a atividade petrolífera nacional, como o fizeram com a Argentina e estão tentando na Venezuela e nos países árabes, aqui
também sob efeitos subjacentes de bravatas das quais nosso povo é vítima. Quando
me refiro a uma Nação de terceiro mundo, embora nunca soberana e autodeterminante,
como proclama a Carta das Nações Unidas, menciono como vítima o povo, já que é
este que saí às ruas as 05:00h (cinco) horas da manhã para trabalhar, nas quais
enfrenta frio, chuvas, enchentes, bandidos, acidentes graves, balas perdidas,
assaltos diretos, etc., quando os plutocratas chegam às 09:00h no seu escritório,
nunca sem antes tomar o seu desjejum com sucos os mais diversos, pão e
brioches, queijo frescal ou de búfalas, para lá chegarem saídos de ares condicionados
e chegados idem, não mais de Limosines
(Mercedes, Lamborghini, BMW etc.), mas de helicópteros descendo no heliponto do
mesmo prédio de sua empresa. Pode!? Pode, já que este é o modelo dos “poucos
que tem muito e dos muitos que não tem nada”.
Mas, voltemos ao “criminoso
modelo viário” existente nas republiquetas como a nossa. Se desde os tempos
imperiais, “pensando no bem estar do povo” tivéssemos optado por transportes
metropolitanos e entre cidades modernos e limpos através de rios acoplados às ferrovias
não teríamos os sérios problemas que hoje temos. Só ferrovias modernas (bitolas
largas) e locomotivas elétricas de última geração transportam imensas cargas
pesadas a longa distância com custo três vezes menores que o transporte rodoviário.
O transporte hidroviário através de rios e canais artificiais preferido em inúmeros
países europeos reduz o custo em cinco vezes. E porque o hidroviário e tão mais
barato? É óbvio né? Cara pintada! Manutenção de vias quase inexistente; consumo
de combustível bem reduzido por ausência de atrito, e manutenção dos navios,
chatas, barcaças etc., bem mais baratos.
Nas ligações
entre cidades, se por um extremo milagre, o povo não deixasse que os políticos,
por seus próprios interesses, optassem pelo modelo caótico que hoje predomina,
certamente teríamos hoje menos caminhões nas rodovias, menos custos com mega-rodovias
de manutenção caríssimas e, o que é ainda melhor, menor perda de preciosas
vidas que não voltam mais!
E nas locomoções intra-urbanas,
em vez de conduzirem o modelo apenas para atender aos interesses dos megaempresários, presente na maioria das Capitais, como Curitiba Pr., p.ex., mas sim do povo usuário
do sistema, no qual transportam passageiros há mais de cinco décadas em ônibus
particulares de propriedade de três ou quatro famílias, circulando em canaletas
e estações-tubos, certamente não teríamos problemas recorrentes como temos na
atualidade.
Transporte de
passageiros e cargas são atividades de extremas importâncias à segurança e
interesses nacionais, não podendo “ficar ao sabor” de interesses privados como
vem impondo a Gestão Tupiniquim neste país tropical.
Acho, salvo
melhor juízo, que os “chamados erros” que prefiro qualifica-los como “adrede
escolhidos” para operacionalizar importantes setores de nossa vida econômica,
está longe de serem corrigidos “em curto prazo”. Ah! Não? Então peguemos o
exemplo da Ferrovia Norte-Sul (1) em que as obras iniciaram-se em 1987, durante o
governo do presidente José Sarney. Atualmente encontra-se pronto o trecho entre
Açailândia (MA) e Palmas (TO). Quando concluída, possuirá a extensão de 4.
155,6 km e cortará os estados de Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas
Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul.
Qual é o
principal motivo para uma obra de extrema importância para a ecomonia do país, integrando-a
com ramais de outros Estados, estar próximo de completar 30 (trinta) anos de
seu início, se não apenas a conspiração política contra os interesses nacionais?
Para se somar a isso, como forma de exaurir a potencialidade do país, temos as
grandes “perdas extraordinárias” (2) representadas pelas compensações
fraudulentas no Balanço de Pagamentos e os “mecanismos financeiros” de
especulações criminosas com dólares e aplicações de grandes somas para sugar
altos juros em “transações de curto prazo”.
Mas, o país tem
salvação? Tem! Todavia, só “uma saída” que já demonstrei muitas vezes em meu Blog
(3).
(1) http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia_Norte-Sul
(2) Sempre denunciada por Brizola, ver em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_Brizola.
Seu discurso era baseado em pontos como a valorização da educação
pública e a questão das "perdas internacionais" (pagamento
de encargos da dívida externa e envio de lucros ao exterior).[6]
(3) Ver em: http://blogdoveronesi.blogspot.com.br/