Os problemas destes aglomerados brasileiros são
muito mais complexos do que simples instalações de UPs (Unidades Pacificadoras)
para tomar posições estratégicas visando enfraquecer o tráfico de drogas e
escorraçar os traficantes bandidos para outros pontos da cidade, como no caso do
Rio de Janeiro. Há que se fazer nestes mega- aglomerados de pessoas padecentes
de reurbanizações decentes, ou seja, moradas de alvenaria de boa qualidade com
água tratada, luz e suprimento de alimentos, saneamento básico, assistência
médica e outros benefícios sociais e principalmente de recuperação do homem neste país, se é que possível. Na
verdade, no caso do Rio de Janeiro, a indicação de cunho sociológico teria sido
não deixar a favelização tomar corpo, pois aí se acumula todo tipo de vícios e
morbidade social, o que se deu a partir de 1900 quando da “libertação dos
escravos” em 1888. Modelo e medidas improvisadas, já que os negros libertos, exceto as mucamas,
perambulavam pela cidade sem preparo instrucional, sem dinheiro e sem teto e
iam se incrustar nos morros ausentes de qualquer assistência do Estado
brasileiro. O aumento avassalador de pessoas excluídas, hoje por volta de 80
milhões no país, sem preparo instrucional num modelo que nunca se preocupou em conseguir
sinergia entre a mão-de-obra humana e as obrigações do Estado, só poderia
trazer as sérias mazelas que hoje estamos enfrentando. (Veronesi, I.)
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