Ou...(Um golpe nada sofisticado!)
O
governo Dilma Rousseff é totalmente culpado pela crise por que passa o país? A
resposta há que ser negativa! É incrível, pois durante a minha vida vi mais de
dez “crises financeiro/econômicas” e nenhuma foi exacerbadamente atribuída à
culpa só ao Governo, mesmo por que isto não tem nenhum fundamento, a não ser
por razões politiqueiras escusas daqueles que querem “voltar ao comando” da
Nação. Sempre fui pela verdade a qualquer custo, já que quando criança minha
avó repetia “não há pior coisa do que viver num mundo de mentiras”. Não tenho
simpatia nenhuma pelo governo da Presidente, pois reconheço nele inúmeros erros
ou más intenções de seus (ex) aliados que poderiam ser evitados, se o fosse
moralmente forte, democrático, nacionalista e verdadeiramente soberano. Entre
tantas maldades citaria apenas umas poucas como a manutenção de vários
Ministérios, cujas atividades poderiam ser agrupadas; o excesso de cargos em
Comissão para manter o apoio de partidos de sua aliança; a não preferência pela
meritocracia, embora prometida; as reformas básicas que não saíram do papel, em
especial a tributária, a agrária, do Estado, a política para limpar todas as
mazelas morais e éticas de nossos “Poderes”, todas de extrema importância para
“passar a limpo” a Nação brasileira. Se bem que as Reformas de Base mexe com
interesses mil não só daqueles que estão incrustados no poder, quantos aos que
giram em torno dele em especial em republiquetas corruptas como a nossa. Parodiando
com todo o respeito e adaptando o pensamento do Divino Mestre: “é mais fácil um
camelo passar pelo fundo de uma agulha do que saírem em nosso país as reformas
tributárias e agrárias, p. ex. e outras de extrema importância para o país”. Quanto
aos desarranjos da economia externa que impactaram severamente o segundo
governo Dilma, temos muito a falar. Na verdade, o sério problema começou com o
“debacle” da economia norte-americana em 2007 que espalhou efeitos nocivos a inúmeros
países menores, em especial aos de “canais diretos” com aquela Nação (1), como
é o caso do Brasil. Comecemos com as altas de preços que disparou a inflação. Os
preços internos e a inflação tiveram como uma das “causas principais” o aumento
assustador do barril de petróleo. Como o país ainda importa 30% (trinta) por
cento de seu consumo interno, esta diferença foi transferida aos preços dos
produtos que na sua totalidade lamentavelmente é transportado via rodoviária. Esse é um dos
ardis que a hegemonia econômica usa quando quer quebrar um país não aliado e
alinhado, produtor de petróleo, como é o caso da Venezuela, Argentina e, quem
sabe, até da Rússia, visando derrubá-los do “Poder” os governantes soberanos e nacionalistas. Outros aumentos que foram
repassados aos gêneros alimentícios decorreram dos aumentos das alíquotas do
ICMS nos Estados, incluindo o IPVA (1-A). Para que todos tenham uma ideia no
Paraná mais de 90.000 (noventa mil) itens, com alíquotas que foram de 12% a
25%, tiveram aumentos deste Imposto (2) para aliviar o “Caixa” do Estado,
através do “pacotaço” aprovado pela Assembleia Legislativa e enviado “goela
abaixo” dos paranaenses, incluindo alimento, remédios e gás de cozinha. Sem
falar no sequestro do Fundo Previdenciário que os professores contribuíram para
sua formação para aliviar as contas (Orçamento) do Estado. Por isso, agora o Governador está propagando que o Estado do
Paraná é a quarta economia do Brasil. Mas, com que confisco, hein? Outros
aumentos que influenciaram na alta dos preços foram o custo do “dólar”, a alta
da energia elétrica e da tarifa de água, tudo repassado aos preços. Por outro
lado, ainda temos a especulação financeira que enfraquece e suga a
disponibilidade interna. Quem quisesse enriquecer da noite para o dia era só
dispor de grandes somas da moeda norte-americana a 4,00 (quatro) reais por dólar. E por falar em dólar qual é o critério para elevar uma unidade da moeda norte-americana de R$ 2,71 em 05/01/2015, p.ex., para R$ 4,038 dia 04 deste mês. São as Agencias de Avaliação de Risco que fazem isso? Quais são as bases científicas para essa avaliação? (3) Tudo isso traz aumentos de preços e
estes desencadeiam a temida inflação! Aliás, aqui gostaria de abrir um espaço para algumas colocações. Segundo o Governo o PIB brasileiro neste ano (2015) caiu 1,49% e a inflação fechou em 9,0%. Segundo a mesma fonte o PIB só deve aumentar em 2017. Por outro lado, o Governo Federal para
tentar combater a inflação a guisa de não deixar crédito fácil para o povo
consumidor, aumenta as taxas de juros e com isso dispara o aumento das Dívidas
(Interna e Externa). A interna (D) em real (em termos!) em face dos juros em ascensão
aumenta o seu saldo assustadoramente, de 50% para no mínimo 70%. O que vai adiantar todo o esforço do país com sério sacrifício do povo para perdermos tudo em juros da Dívida Pública e o que pior o Governo nunca cogita de exigir uma Auditoria destas pendências para apurar os procedimentos e cálculos financeiros imorais e até ilegais subjacentes em seu montante. Ao enfrentar
este “quadro desolador” o Governo perde receita e com isto seu Orçamento se
corroe. Com isso, o Governo arrocha os salários dos servidores que, baixando
seu poder aquisitivo, passa a um consumo altamente seletivo e provoca a
recessão. Aí temos o pior quadro econômico, ou seja, a estagflação, isto a inflação
com recessão. Eu diria até com segurança que enxugar e agrupar os Ministérios
e extinguir pelos 60% dos Cargos em Comissão como queria a oposição muito pouco
iria aliviar os sérios problemas orçamentários. Controladoria, TCU, Ministério
Público e Polícia Federal no Governo Dilma sempre estiveram, mais do que em
todos os governos anteriores, no encalço dos corruptos, corruptores,
sonegadores e fraudadores da pobre rés-pública brasileira; todavia extirpar
estes males é quase impossível já que são milhares e até milhões de infratores
por este país afora. O povo grita e sai às ruas demonizando o PT e o Governo
Dilma pela adrede corrupção na Petrobras, visada para privatização desde o
governo FHC (4 e 5), hoje seletivamente devassada pela Operação Lavajato como se só ela (a Petrobras)
fosse a responsável pelos sérios problemas financeiros e econômicos porque
passa o país. Mas por que só a Petrobras ficou há pelo menos dois anos na
“mídia” durante 24 horas com os holofotes no Juiz Federal Sérgio Moro? Será
mesmo que só a Petrobras levou o país a essa crise tão aguda? E os embates aleivosos
encomendados pelos “porões do PMDB” entre o Legislativo Federal, por seu
Presidente concussionário Sr. Eduardo Cunha (6) e o Executivo que vem
paralisando a vida da nação, não conta? Penso que não, pois nos E.U.A. apenas
duas empresas (7) (WORLDCOM e a Enron) deram centenas de bilhões de prejuízos
ao Estado norte-americano e apenas 16 bancos foram acudidos com alguns trilhões
de dólares. No próprio país do norte os responsáveis pelas fraudes e maquiagem dos
Balanços das grandes empresas foram punidos severamente (presos) e surgiu a famosa
Lei Sarbanes-Oxley para tentar desmantelar as falcatruas dos bandidos de
colarinhos brancos. Nem por isso aquele país parou social e
institucionalmente sob vitupérios políticos entre Executivo e Legislativo. Ao
ter a visada Petrobras como centro das atenções midiáticas o país inteiro "parou e
assimilou" que todos os males da crise é culpa do PT, quando temos em nosso país
um “mar de corrupção financeira” e desmandos ainda por ser combatida.
(1) e
(1-A) ver em: http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/03/31/ult4294u1176.jhtm
(3)
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/agencia-de-avaliacao-de-risco-fitch-rebaixa-nota-de-credito-do-brasil.html
(4)
http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2011/12/um-resumo-do-livro-privataria-tucana.html
(5)
http://www.cartamaior.com.br/?/Opiniao/Escandalos-nao-investigados-do-governo-FHC-I-O-Caso-Sivam/26884
(6)
http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2015/10/enxurrada-de-provas-aperta-cerco-contra-eduardo-cunha-4880449.html
(7) Ver em:
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/27203/000763834.pdf
E aí meu irmão "cara-pintada" você já analisou as "querelas de baixo calão" de nossos políticos no Congresso ou você se deixa convencer-se por aqueles que têm maior retórica nos argumentos? Estou à sua espera!
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