sexta-feira, 10 de março de 2017

ESTADO MÍNIMO; ACHO-TE UMA GRAÇA!



O Estado mínimo na versão almejada por uma corrente de pseudoneoliberais capitalistas não tem bases concretas para coexistir. O Estado tem de ter o tamanho que precisa, ou seja, deve levar em conta que existe um crescimento econômico/social e, principalmente, que a demanda em face do alastramento das cidades exige a necessidade da departamentalização da estrutura organográfica para melhor acolhimento das necessidades burocráticas, mesmo que descomplicadas e enxutas, como contraprestação das obrigações do Estado sustentadas pelo contribuinte. Por isso, essa história de que se precisa urgentemente diminuir o “tamanho do Estado” só encontra-se ressonância ao raciocínio dos que não estão afinados aos meandros de uma saudável Administração Pública. Nunca se viu falar na história deste país que o Serviço Público tivesse feito um estudo e projetos de crono-análise do trabalho (ou estudo de tempo e movimento) na União, nos Estados e muitos menos nos municípios brasileiros, para se saber quantos servidores de cada especialidade e preparo precisa para operar bem um Departamento. Falar então e suspender os concursos públicos e não mais criar “Planos de Carreiras”, ou seja, desmontar o que já é pouco em matéria Administração de RH, bem demonstra que a “máquina pública” está nas mãos de leigos e/ou aventureiros, especialmente, se estes forem Secretários ou Ministros visando apenas redução de custos orçamentários e não aumento da qualidade de mão-de-obra do servidor e sua satisfação na carreira. Na verdade, sob minha exclusiva opinião, o que este governo que se instalou recentemente em Brasília de forma temerária, faz parte de um engrenado conjunto de (des) medidas para introduzir as tais terceirizações, alterações ruinosas na CLT e na Seguridade Social, em todos os âmbitos, sob o alegado engodo de que com essas mudanças o Estado “fica mais leve” para cumprir suas atividades fins, além de gerar mais empregos. Ora, não existe engodo maior nestas afirmativas, já que se por um lado o governo pode até criar relativo volume de empregos e venha gerar mais Receita p’ro Estado brasileiro, no entanto, tudo será anulado com a precarização das relações de trabalho, predominância maior de trabalhadores não qualificados e mal-remunerados, incoesos na representação coletiva sindical e desmotivados pela alta rotatividade (turnover) (1), além de que cada servidor ficará no mínimo 200% (duzentos) por cento mais caros em face dos custos e despesas e da “taxa de retribuição” (lucro). Na verdade, as terceirizações como quer o inexperiente governo  quer só se justifica se o país estivesse crescendo a taxas de 6% a 8% de seu PIB; se as classes trabalhadoras dispuserem de níveis instrucionais mínimos de segundo graus e forem exclusivamente na administração privada e serviços públicos descentralizados (economia mista, fundações, autarquias etc.), com todas as garantias previdenciárias e trabalhistas, nos quais os ônus acima citados possam ser compensados com a redução da “margem de contribuição” (lucros). Voltando ao caso do Estado mínimo. Alguns especialistas do governo nesta área justificam que assim como as empresas privadas o Estado também possui suas “atividades meios e fins”, sendo estas últimas as únicas que devem ficar sob a operacionalidade estatal, com o que absolutamente não concordo, já que tudo que é da Administração Pública é pago com dinheiro do contribuinte. As razões por que nossos Gestores preferem as terceirizações irrestritas, incluindo os Serviços Públicos, tem fundamentos intransparentes e suspeitos. Alegação mais comum é que os serviços públicos terceirizados funcionam melhor com o que novamente discordo, pois conheci inúmeras empresas públicas que funcionaram plena e satisfatoriamente, sendo estas justamente visadas pela privatização. Por outro lado, quando estas mesmas empresas vão mal por incompetência de seus dirigentes ou mesmo por fatores externos, aí acham que o Estado é obrigado socorrê-las. Nos E.U.A.., por exemplo, foram tantas empresas socorridas com recursos astronômicos do Estado americano que a Mídia, sempre ao lado do Capital, indagava serão empréstimos no caso  impagável ou o Estado ia encampá-los, isto é, todos seriam estatizados. Vejo que o resultado do socorro financeiro do Estado americano às aos grandes conglomerados empresarias e financeiros ficou na intransparência e o pagamento do Tesouro americano ficou p’ras “calendas gregas”. Será que estes recursos foram dados a “fundo perdido”? Por último, afirmo sem medo de errar que o Estado de uma nação deve ser forte, democrático e soberano, não deixando espaço para o entreguismo sub-reptício e nem invasões alienígenas culturais e do saber.     



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