terça-feira, 24 de maio de 2016

A DIREITA TUPINIQUIM SEMPRE NUA...


A coisa mais fácil de contrapor são os argumentos da Direitona brasileira sobre todos os problemas sérios econômicos e sociais que vive “ad eterno” nossa Pátria tão rica só na fertilidade da terra e dos recursos naturais, todos entregues às multinacionais. Senão vejamos:
Carga Tributária: Dizem os “mentores da economia” mal-intencionados que a carga tributária brasileira é pesadíssima. Grande mentira! A carga tributária do país nunca foi pesada por vários motivos. A principal deles é a distribuição e as inadequações do modelo. Na “sincera verdade” (1) os empresários e os ricos dizem que não aguentam mais os tributos; outra grande farsa (2), já que quem contribui com a maior fatia da arrecadação brasileira é o povo da classe média, média, média/baixa e baixíssima (3), esta que é composta pelos trabalhadores de rua, mendigos e flagelados, representados pelos Impostos IPI e o ICMS e as Contribuições Sociais repassadas aos preços. Todos os tributos brasileiros são repassados aos preços pelos empresários e abastados, inclusive o IRPJ que deveria ser absorvidos pelos mesmos já que se trata de um Imposto direto. Temos ainda a brutal sonegação, evasão e fraudes no país que vem de longe, pois em vez dos Governos nos três âmbitos aparelharem (o que vai contra os interesses!) as estruturas Fazendárias com bons recursos humanos (pessoal concursado) e mecanismos de controles informatizados de ultima geração, preferem o mais repugnante, ou seja, aumentar alíquotas (veja o Paraná!), criar novos e outros mecanismos ilegais que disparam a inflação e com a queda do consumo, a estagflação. Para inibir a inflação causada pelo aumento dos preços em face do aumento dos impostos aumentam as Taxas de Juros, excelente quadro para os especuladores. Na área tributária temos ainda outras maldades contra a nação de autoria do lesa-pátria Congresso Nacional que são as “Perdas Extraordinárias”, tais como o IRPJ sobre “Remessa de Lucro”, uma das mais baixas do mundo; as transações na Balança Comercial, ou seja, importação  pelo mesmo  grupo em valores mais altos e as exportações com valores mais baixos do mercado, isto é, o conhecido “dumping” com “saldo ruinoso” para o país. O “parto hediondo” chamado “Lei Kandir” suspende o ICMS das Exportações dos Estados “a ser compensado” pela União, a fim de obter maior competitividade lá fora. Competitividade se consegue com o fortalecimento da empresa, menor custo financeiro, sistema moderno aparelhado e moderno e, principalmente, pessoal bem remunerado e treinado.
Dívidas (Interna e Externa): Estas representam a “maior sangria” financeiro-econômica à potencialidade do país como um todo). Levando, hoje, por volta de 60% (sessenta) por cento do PIB (Produto Interno Bruto). O país hoje só trabalha para pagar juros de amortizações de uma Dívida impagável! O país reservou para 2015 quase um trilhão e meio de reais mensais só para amortizar e pagar juros (4), “o que corresponde a 47% de tudo que o país vai arrecadar com tributos, privatizações e emissão de novos títulos, entre outras rendas”, segundo palavras da Jornalista Marcela Cornelli. E o que pior, as Dívidas nunca foram revistas e nem tampouco negociadas, já que a realidade do Brasil e do mundo é a pior de todos os tempos. A propósito é bom que se diga que neste quesito a CF no seu art. 166 (§ 3º, II, b) foi fraudada para que o serviço da dívida fosse excluído de qualquer apreciação, ou seja, tanto dos órgãos de controle de cada Poder (CGU) como os de Controle Externo (TCU e CPIs do Poder Legislativo).
Reforma Agrária: Outra grande farsa do modelo econômico brasileiro, embora a RA conste expressamente na CF, ela não foi implementada com Justiça. O grande óbice da RA brasileira são os termos em que a mesma foi concebida uma vez que a mesma consigna que as propriedades “atendam à sua função social” e sejam produtivas. Com isto, as maiorias dos proprietários de grandes glebas, os chamados latifundiários, escapam do risco de sua(s) área(s) ser desapropriadas, já que estas comprovações comportam muita flexilidade nas suas apresentações. Por exemplo, se um proprietário possui 500 alqueires paulistas (12.100 ha.) e distribui algumas faixas de eucaliptos, alguns lagos e três moradias pela área ele (proprietário) tenta convencer as autoridades que está cumprindo sua “função social” e que a propriedade é produtiva. A verdade é que se você voar baixinho pelo norte do Mato Grosso, Tocantins ou mesmo sul do Maranhão verá inúmeras propriedades sem nenhum dos poucos benefícios que citei.
Reforma Urbana: Em nenhum país do o mercado imobiliário funciona como o nosso. Totalmente sem um “marco regulatório” que questão de urbanização e aglomeração habitacional. Esta uma das razões por que os imóveis são muitos no país, pois além de não ter uma Lei disciplinadora, as normas nesse sentido são esparsas e inespecíficas. Com o açambarcamento dos imóveis pelas empresas do ramo nas periferias da cidade as áreas e terrenos têm seus valores artificialmente elevados, levando à maioria da população que migram para as cidades a habitar as áreas ribeirinhas, as encostas, vales e morros que oferecem grandes riscos aos habitantes em caso de enchentes, chuvas torrenciais, furacões, tornados etc, cujo custo deve ser arcado pela Defesa Civil do Governo.
Mobilidade Urbana ou entre cidades (transporte coletivo e/ou de cargas)
Senhores governantes dos países em “desenvolvimento ou subdesenvolvidos”, ouçam a voz do “bom senso” ou da boa intenção! O planeta não suporta mais a poluição de milhares e até bilhões de escapamento de veículos individuais emitindo gazes poluentes à atmosfera, em especial dos grandes caminhões e carretas circulando pelas péssimas rodovias destes países entremeando às malfadadas Regiões Metropolitanas de inspiração seculares lusitanas. A mobilidade via rodovias de mãos duplas é cara e perigosa também às cargas pesadas, pois a cada dia que passa o tempo se esgota para ampliações delongadas, sempre superfaturadas, trazendo fretes que chegam há mais de 60% (sessenta) por cento do custo dos produtos, se nós considerarmos uma distância entre São Paulo e Fortaleza. Basta de prestigiar grandes empreiteiras e fornecedores de matérias primas para este modelo viário esgotado e altamente catastrófico! O Brasil, por exemplo, é rico em grandes e médios rios que “ainda podem” se transformar em ótimas hidrovias e se acoplarem aos traçados ferroviários (5) bem distribuídos em nosso continente. O país, se ainda predominar mais alto o principio da “boa intenção”, pode facilmente integrar os rios navegáveis norte/sul simplesmente com eclusas, quando necessárias e daí às ferrovias. A opção pelo modal rodoviário e a febre da construção das Usinas Hidrelétricas não quis prever os canais de desvios do leito dos rios e isto certamente dificultará navegações mais longas. A cidade de São Paulo, p. ex., já virou um caos urbano, em especial quando das inundações e acidentes urbanos; se a grande região metropolitana desta cidade possuísse um sistema de mobilidade composta de linhas de metrô, trens aéreos urbanos suportados nas ruas e avenidas em robustas colunas de concreto e trens elétricos de periferia norte/sul e leste/oeste, modernos, rápidos e confortáveis, a cidade não teria hoje os gargalos de trânsito exasperantes que o hoje é rotina. Fechem-se imediatamente as grandes montadoras de veículos para venda no mercado interno e mande toda sua produção, mediante financiamento, para países que estão “iniciando seu erro” na amarga experiência da Matriz Viária rodoviária. O Paraná, por exemplo, neste momento está investindo bilhões de reais em reparos e ampliação da malha rodoviária do Estado, todavia, por questões políticas escusas não se houve falar em reparar e melhorar a Ferroeste (6) que vai ao momento até a cidade de Cascavel (PR). Não existe erro de governantes em matéria de projetos; não precisa ser engenheiros de sistemas viários para discernir qual é a melhor opção para escoar grandes safras e promover o transporte de produtos pesados; os desvios e desmandos são conscientes e intencionados (7). É passada a hora de a sociedade brasileira intervir em todos os projetos, ações e obras do Estado, em especial através das mentes lúcidas que visem o bem estar no futuro das novas gerações. Um Estado “politicamente bem organizado” deve ver “o homem como centro de suas atividades fins e não as econômicas como sói acontecer”. É isto aí, governantes mal intencionados e ainda mancomunados com os que se dizem “experts” (engenheiros urbanistas!) em modelos viários condenaram por décadas e até séculos o país a uma imobilidade criminosa. Não existe outra saída há não ser promover feriados em todos os dias dos jogos. E aí em vou pescar, já que não sou louco de ficar “dando sopa” nas ruas da cidade para ser atropelado por um alcoólatra ou sofrer um assalto seguido de morte! Quem viver verá os vários crimes sociais neste país que a história há de registrar! 
      
(1) Em nosso país a verdade já foi “flexibilizada”;
(2) Ver meu artigo “A farsa da carga tributária brasileira”;
(3) Pensam que não existe essa “categoria” em nosso País? KKK
(5) Não para ficar em construção há 30/40 anos como a Norte/Sul do Regime Militar e e posteriormente inviabilizada pelo Gov. Sarney.

(7) Ver obra de John Perkins, Confissões de Um Assassino Econômico, Editora Cultrix, 2002.

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